domingo, 13 de fevereiro de 2011

Com Rockfeller, o petróleo virou arte


Nascido em 1839, o americano John Rockefeller foi o empresário mais rico, mais influente e, possivelmente, mais odiado da história. É difícil, hoje em dia, compreender a magnitude de seu poder. Sua Standard Oil tinha o virtual monopólio da indústria de petróleo nos Estados Unidos — e esse monopólio, claro, foi construído na marra. Rockefeller acabou entrando para a história como um dos “robber barons”, termo que, traduzido livremente, significa algo como “magnatas ladrões”.

Sua extrema impopularidade acabou facilitando o fim do monopólio da Standard Oil, em 1911, num processo histórico decidido na Suprema Corte americana. No século seguinte, os descendentes de Rockefeller empreenderam uma notável transformação no tipo de atributo que se associa a seu nome. A família decidiu transformar a riqueza vinda do petróleo numa série de instituições dedicadas às artes. Sem eles não haveria o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Ou o Rockefeller Center, ícone da art déco (e um dos rinques de patinação no gelo mais famosos do mundo).

O Lincoln Center, casa da Ópera e da Orquestra Filarmônica de Nova York. Outras dezenas de projetos no último século, como a restauração dos palácios de Versalhes e Fontainebleau, na França, tiveram dinheiro e envolvimento de membros do clã. E, cinco anos atrás, David Rockefeller, único neto vivo do fundador da Standard Oil, doou 100 milhões de dólares ao MoMA, quantia recorde. A transformação da família — de “magnatas ladrões” a padrinhos das artes nos Estados Unidos — é o tema do recém-lançado America’s Medicis (“Os Médici da América”, numa tradução livre), escrito pela jornalista Suzanne Loebl.

A rigor, a mutação descrita no livro tem suas origens no próprio patriarca da família. Apesar de sua notória brutalidade nos negócios, Rockefeller também tinha seu lado filantropo — alguns, inclusive, atribuem a ele o nascimento da filantropia como a conhecemos hoje. Ele foi um dos fundadores da Universidade de Chicago, no fim do século 19, e seu investimento em pesquisas médicas ajudou a desenvolver a vacina contra a febre amarela. Mas foi a geração seguinte que transformou a filantropia em alvo de dedicação exclusiva. Seu único filho homem, John Rockefeller Jr., herdou do pai a religiosidade. Já adulto, Júnior dava aulas semanais de estudos bíblicos numa igreja na Quinta Avenida, em Nova York. Após graduar-se, trabalhou na Standard Oil. A vida não era fácil. Ele escreveu um discurso, nunca lido, intitulado “A dificuldade inerente à condição de ser filho de um homem muito rico”. Angustiado, demorou décadas para encontrar sua vocação — a filantropia — e sair da sombra do pai.

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