segunda-feira, 1 de abril de 2013

POST 1924: ORKUTIZAÇÃO DO EMPREENDEDORISMO: PORQUE NÃO? Por Flávio Augusto



Empreender não é privilégio de uma elite intelectual, social ou econômica. Empreendedorismo é um estilo de vida de pessoas que desejam conquistar mais, fazer a diferença na vida de outros, que não querem passar em branco e nem se acomodar, conformados com as adversidades que os rodeiam. Empreender é para todos. Para todos os gostos, culturas, raças, escolaridades e para todo e qualquer tipo e tamanho de sonhos. Isso porque o empreendedorismo é democrático, mas, acima de tudo, meritocrático. Qualquer pessoa pode começar muito pequena e, com a sua visão, coragem, competência e muito trabalho, crescer sem limites.



Uma pessoa preparada, que estudou bastante e tem um conhecimento profundo sobre administração, contabilidade, marketing, recursos humanos, entre outras ferramentas, tendo estudado nas melhores escolas de negócios do mundo ou mesmo numa simples faculdade de bairro, tem grandes vantagens competitivas que poderão lhe ajudar a empreender. Mas como o empreendedorismo não exclui ninguém, não é pouco comum conhecermos pessoas que não tiveram esta mesma oportunidade, tornando-se empreendedores bem sucedidos que superaram a sua falta de instrução formal através de uma pesquisa própria, curiosidade, ousadia, criatividade e uma visão prática do nexo. Exemplos não faltam.
Empreender é um estilo de vida adotado por pessoas que em algum momento tiveram um forte desejo de mudar de vida e fazer acontecer. Para essas pessoas, esse desejo foi o suficiente para se lançarem como poucos a realizarem os seus projetos, vencendo todo e qualquer tipo de dificuldade, pois sem esse desejo insuportável e essa fome insaciável por mudanças, tornaria-se impossível sair do lugar.
Empreendedorismo deveria ser matéria básica no ensino fundamental, médio e principalmente na universidade, o que daria acesso a todos, o conhecimento sobre novas referências, através do estudo da história de cada empreendedor, de pessoas simples que empreenderam em sua comunidade, que se tornaram agentes de transformação, que prosperaram no deserto e triunfaram em meio a tanta desesperança e falta de perspectiva. 
Aliás, uma criança que ainda não teve o tempo suficiente para ser influenciada pelas frustrações alheias, no auge de sua ousadia juvenil e com a sua criatividade à flor da pele, sem os medos plantados pela sociedade que cultua a estabilidade e que tem pavor ao risco, seria um terreno fértil e perfeito para se ensinar os princípios desse estilo de vida que, na realidade, já nasceu com cada criança, mas que com o passar do tempo, em muitos casos, acaba sendo substituído pela insegurança, medo e a mediocridade.
Muita gente não gosta desse discurso. Alguns inclusive referem-se a ele como a "orkutização" do empreendedorismo, como escutei recentemente. Bem, não é pouco comum, já de longa data, desde que o mundo é mundo, que existam grupos que se autodenominem como elite, que têm a tendência a resistir e menosprezar os que se atrevem a contrariar as estatísticas e não aceitam ser excluídos simplesmente porque não tiveram acesso ao que esse grupo seleto teve. 
Por isso eu digo bem alto: EMPREENDEDORISMO É PARA TODOS. 
É pra você, pra mim, para o pobre, para o rico, para o negro, para o branco, para o graduado em Harvard, na Faculdade de Tribobó do Oeste, para os que não são graduados, para os que têm pai rico ou para os que sequer conheceram o pai. Empreendedorismo é para o empresário, para o empregado, para o autônomo, para empresas de tecnologia, de serviços, para o varejo, para o camelô, para o feirante, pipoqueiro, fazendeiro e o faxineiro.
Empreendedorismo é para todos que têm uma fome insaciável por mudanças. Não é para conformados, para acomodados, para herdeiros sem ambição e nem para os que apenas engordam o cérebro com o acúmulo inútil de informações que nunca são colocadas em prática.
Um Brasil com essa cultura seria certamente um Brasil muito mais próspero. E esse ainda pode ser o Brasil de nossos filhos e netos.

TEXTO DE FLÁVIO AUGUSTO Nasceu no Rio de Janeiro, onde morou por 30 anos. Criado na periferia da Cidade Maravilhosa, numa família de classe média baixa, estudou grande parte do tempo numa escola pública em seu bairro. Mais tarde, tornou-se muito comum passar cerca de 4 horas por dia num ônibus cheio, no trajeto de ida e vinda de sua casa para o seu primeiro emprego na área comercial de uma pequena rede de escolas de inglês. Este emprego provisório tinha inicialmente a finalidade de pagar as despesas de cinema e passeios com a Luciana, sua primeira namorada, antes de iniciar no segundo semestre de 1991, o curso de ciência da Computação na UFF - Universidade Federal Fluminense. No entanto, Flávio foi muito bem sucedido em seu trabalho, conquistando alguns cargos e uma boa remuneração, além de uma grande satisfação numa área muito diferente do que ele havia planejado estudar. Trancou a sua faculdade e se dedicou 100% a sua carreira. 
Quatro anos mais tarde, não enxergado maiores perspectivas no crescimento da empresa que trabalhava, em 1995, aos 23 anos de idade, Flávio fundou a WiseUp, usando como capital inicial, 20 mil reais de seu cheque especial a um custo de 12% de juros ao mês. Mas além deste capital, Flávio já tinha angariado muito "know how" no setor, além de ter muitos projetos em torno de uma nova proposta de ensino para o público adulto que precisava aprender Inglês mais rápido por motivos profissionais. A iniciativa de Flávio que foi muito criticada no começo pelas escolas tradicionais, revolucionou o setor de ensino de idiomas no Brasil, criando um novo conceito que, para não ficarem pra trás, foi adotado por grande parte das escolas que resistiram inicialmente a esse modelo. Em 17 anos, a WiseUp tornou-se líder absoluto no ensino de inglês para adultos, presente no Brasil, Argentina, Colômbia, México, EUA e China, operando com mais de 500 franquias contratadas, 10 mil funcionários na rede e com um crescimento consistente e planejado.
 Em fevereiro de 2013, a WiseUp e todas as empresas coligadas fundadas por Flávio foram vendidas por R$ 877 milhões para a Abril Educação, holding de capital aberto (ABRE11) que atua no ensino fundamental, médio, pré universitário, sistemas de ensino, setor editorial e, agora, no setor de ensino de idiomas. A Abril Educação atualmente tem um valor de mercado de mais de R$ 4 bilhões, do qual Flávio tornou-se o seu terceiro maior acionista.
Há dois anos, Flávio fundou o projeto Geração de Valor, que atua nas redes sociais, onde Flávio diariamente e pessoalmente publica um conteúdo que é resultado de sua experiência profissional e empresarial com a finalidade de colaborar com os jovens que estão iniciando a carreira e desejam chegar mais longe, aprendendo conceitos diretamente de um empreendedor de sucesso. Além disso, Flávio gosta de interagir com os seus seguidores e quando tem uma maior disponibilidade, promove eventos com a finalidade de compartilhar o seu conhecimento. Há algumas semanas, Flávio comprou um clube de futebol profissional nos EUA, o Orlando City Soccer Club, na cidade de Orlando, onde tem planos de inaugurar um moderno estádio em 2015, ano que o seu time pretende estrear na MLS, principal liga americana de futebol, a liga que mais cresce no mundo e que em 2012 teve uma média de presença em seus estádios 50% maior do que primeira divisão do Campeonato Brasileiro. O investimento total neste projeto será de R$ 320 milhões. Depois de ter morado na Venezuela, Austrália e por 3 anos na cidade de Orlando, na Flórida, hoje Flávio mora com a Luciana e os seus três filhos (13, 11 e 2 anos de idade) em Barcelona, além de ter planos de, ainda em 2013, morarem em Paris, Milão e Londres, antes de voltarem em 2014 para Orlando, onde pretendem fixar residência (será?). Entre em contato diretamente com o Flávio em sua página no Facebook/CanalGeracaodeValor.

POST 1923: FOCO: UM FATOR DETERMINANTE DO SUCESSO OU DO FRACASSO


Outro dia, estava parado tranquilamente num sinal vermelho, quando meu carro foi abalroado violentamente e teve sua traseira destruída, o que resultou em perda total. Uma coisa é certa, o motorista do outro veículo podia estar focando em múltiplas coisas, menos no que devia, era importante e essencial, ou seja, no carro que trafegava à sua frente. Podia estar falando ao celular ou até olhando a lua que, quem sabe, estivesse muito bonita.



Foco é uma questão essencial para instituições, empresas ou pessoas. Assim, um exército que luta em várias frentes tem suas forças dissipadas e aumenta consideravelmente a probabilidade de perder a guerra. Uma empresa que tem múltiplos focos pode acabar tendo baixa produtividade e ir a banca rota, ou como diz Al Ries: "Foco é uma questão de vida e morte para uma empresa". Para pessoas vale a Lei da Atenção Concentrada (Foco) de Charles Baudouin: "Quando uma pessoa foca a sua atenção numa ideia, esta tende a se concretizar por si mesma". E cabe ressaltar que isto tanto vale para o bem como para o mal, ou seja, quem foca no negativo, negativo vai ter. Assim, se você quiser se sentir mal é fácil, é só focar em todas as tragédias do mundo e, em pouco tempo, você vai estar deprimido ou dominado por outras emoções negativas. Em suma, foco é como diz uma música composta por Billy Blanco: "O que dá para rir também dá para chorar".

Assim sendo, entender a questão do foco pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. Quando se pensa em foco, existem dois conceitos distintos. Um é o de inteligência multifocal. O outro é o de inteligência com foco essencial ou focada, que é baseada em princípios da sabedoria universal, inclusive em processo decisório e solução de problemas.

A inteligência multifocal

O conceito de inteligência multifocal é inspirado no conceito de inteligências múltiplas de Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard que, baseado em pesquisas, questionou a visão tradicional de inteligência, uma visão que enfatiza as habilidades linguística e lógico-matemática e que é medida nos testes de QI. Gardner identificou que não existem apenas dois, mas sete tipos de inteligências: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal
Na sua essência, a inteligência multifocal é uma constatação de que é possível ter múltiplos focos, ou seja, que é possível focar em muitas coisas. Para saber mais sobre o tema, você pode ler meu artigo Inteligência Multifocal para Administradores e, subsidiariamente, Compras: uma Competência Essencial para um Administrador e Palavras Assassinas Internalizadas: Aprenda a Administrar seu Pensamento.

A inteligência com foco essencial ou focada

A inteligência com foco essencial tem base nos seguintes princípios:
1) É óbvio que uma pessoa pode focar em múltiplas coisas, mas não ao mesmo tempo. Assim, se você estiver focando no que está na sua frente, não pode focar ao mesmo tempo no que está atrás de você. E se você estiver focando nos seus pés, não poderá ver um pássaro que estiver voando acima da sua cabeça;
2) Naquilo que uma pessoa pode focar existem coisas importantes, mas também aquelas destituídas de valor e, pior do que isto, coisas que são inadequadas e destrutivas, para a própria pessoa, para os outros e para o universo. Assim, a grande questão do foco é saber e decidir o que é importante e prioritário e este importante e prioritário é dinâmico. Ou como dizia o filósofo grego Heráclito: "Uma pessoa não se banha duas vezes no mesmo rio", ou seja, tudo está em constante vibração e mutação;
3) A tendência da mente é a dispersão, ou de acordo com Buda: "A mente é um macaco pulando de galho em galho, em busca do fruto, na selva do condicionamento humano";
4) Saber o que focar e manter o foco é, portanto, a grande questão. De acordo com Emmet Fox: "Até conseguir colocar sua atenção naquilo que quer, você não pode se considerar um mestre de suas ações. Você nunca será feliz até que seja capaz de determinar no que irá pensar na hora seguinte";
5) Por um lado, é importante desenvolver o controle metal e emocional e saber o que é a mente emissiva e o que é a mente receptiva. Por outro, foco é uma questão de decisão. Assim, decidir o que focar é uma das decisões mais importante para se chegar à excelência de resultados;
6) Existem 6 tipos de foco que são: o efetivo ou essencial, ou seja, o que agrega valor e os focos que prejudicam ou que afastam você da realização dos seus objetivos. Entre eles estão os focos caótico, bode cego, equivocado, limitado e contaminado.

O foco caótico

O foco caótico é, em si mesmo, o antifoco. É ficar pulando de galho em galho sem nenhuma consistência e direção e faz com que se não tenha nenhuma disciplina. Quando uma pessoa ou uma organização tem dificuldade para realizar aquilo que foi planejado, entre as várias causas possíveis, existem 3 que são comuns: modelo mental limitado, esforço ineficiente e foco caótico.

O foco bode cego

É o de uma pessoa ou organização que está focada numa direção e se torna incapaz de perceber mudanças, ameaças e oportunidades. Dois exemplos:
1) Em 1905, um químico alemão desenvolveu a novocaína como o primeiro anestésico local e, embora tentasse, não conseguiu que os médicos a usassem. Eles preferiram a anestesia geral. Mas sem mais nem menos, os dentistas começaram a usar o medicamento. E o inventor ficou muito irritado com isto, afinal, o seu invento havia sido feito para médicos. Dizem que passou o resto da sua vida, fazendo preleções para dentistas contra o uso da novocaína para fins odontológicos. Portanto, se a sorte bater na sua porta, não a despreze.
2) A Enciclopédia Britânica era líder absoluta no seu setor. Entretanto, não se deu conta de que estavam acontecendo drásticas mudanças no mercado com o advento dos microcomputadores. Outras possibilidades começaram a surgir com a utilização de CDs. Por que comprar uma Britânica pelo preço de um microcomputador? Quando a Britânica percebeu isto, uma boa parte do seu mercado já tinha ido. Assim, não fique focado só no seu sucesso. O sucesso de ontem não é garantia do sucesso amanhã. Esteja atento às ameaças.

O foco equivocado

É aquele do motorista que destruiu a traseira do meu carro. Não estava focando no que devia, ou seja, no trânsito. Muitos desastres são relatados a respeito de motoristas que mandam mensagem pelo celular enquanto dirigem seus automóveis. As vezes acontecem acidentes por muito menos do que isto. Michael Schumacher, o piloto mais vitorioso da fórmula 1, estava dirigindo numa autoestrada alemã, quando foi mudar a estação de radio e acabou batendo no carro que estava na sua frente.

O foco limitado

Embora uma pessoa não possa focar em várias coisas ao mesmo tempo, existe um conjunto de coisas que precisam ser focadas ao longo de um dia ou de um determinado período de tempo. O foco limitado não identifica todas as condições necessárias e suficientes para o sucesso. Para organizações, contraria um velho ditado: "não coloque todos os ovos numa cesta só". O Magazine Luiza, por exemplo, em nome do foco, foi orientado a abrir mão de uma de suas linhas de produtos. Felizmente não seguiu a orientação, que como os fatos vieram a mostrar posteriormente, se constituía em grave equívoco. Assim, saber a amplitude das coisas que uma organização ou pessoa pode focar é uma grande questão. Uma empresa com excesso de focos dissipa seus recursos, mas com foco limitado pode perder oportunidades.

O foco contaminado

É o foco de uma pessoa que, de uma forma ou de outra, não consegue viver o presente e não segue a expressão "Faze o que fazes" ou "Age quod agis", que era o lema do filósofo grego Xenofanes de Cólofon, que viveu antes de Sócrates. Viver o presente com qualidade significa não estar contaminado por múltiplas solicitações ou pelo passado. Assim, existem pessoas que quando lhes acontece qualquer problema pela manhã, ou mesmo em algum lugar do passado, ficam com o problema o tempo inteiro e não conseguem fazer bem aquilo que tem que ser feito no seu aqui e agora. O foco contaminado também é uma das principais causas das reuniões com baixa produtividade e qualidade hoje em dia, um dos fatores que mais contribuem para a má administração do tempo.

O foco efetivo ou essencial

Entre as múltiplas coisas que se pode focar, a maioria delas é inútil e vale o Princípio de Pareto que reza que existem algumas poucas coisas relevantes em relação a muitas coisas triviais e, até mesmo, destrutivas. Assim, sempre vale o que dizia Peter Drucker: "O produto final do trabalho de um administrador são decisões e ações". E uma das decisões mais importantes para pessoas e organizações é a que trata do: o que, para que, como, quando, onde e quanto focar. Vamos a alguns exemplos:
Um dos primeiros computadores desenvolvidos para fins científicos foi o Eniac da Universidade da Pensilvânia. Entretanto, o Eniac era muito mais adequado para aplicações empresariais como o processamento de folhas de pagamento, só que seus projetistas não perceberam isto. A IBM criou a sua própria versão do Eniac, que foi lançada em 1953 e se constituiu no padrão para computadores comerciais, multifuncionais e centrais. A Universidade da Pensilvânia teve o foco bode cego. A IBM o foco voltado para oportunidade. Busque proativamente por oportunidades. Não espere apenas que elas venham até você.
Logo após a Segunda Guerra Mundial, uma pequena empresa indiana de engenharia comprou uma licença para produzir uma bicicleta de projeto europeu, que possuía um fraco motor auxiliar. Embora o produto parecesse ideal para a Índia, nunca se saiu muito bem. Entretanto, o fabricante notou que havia um grande número de pedidos apenas para o motor. Foi verificar a razão e descobriu que os fazendeiros estavam tirando os motores das bicicletas e usando-os para acionar bombas de irrigação que até então eram operadas manualmente. Esse fabricante se tornou o maior produtor mundial de bombas de irrigação de pequeno porte. Suas bombas revolucionaram toda a agricultura do sudoeste da Ásia. É preciso estar atento aos sinais que o mundo nos envia. Descubra sinais que identificam necessidades de mudanças. Pequenos sinais podem levar a grandes mudanças e sucessos. Às vezes, é preciso desistir do seu sonho e ir em busca de um outro sonho.

Para concluir

Esteja consciente do fato de que, queiramos ou não, estamos sempre decidindo e uma das decisões mais importantes que podemos tomar está a relativa ao foco. Mas é preciso ter cuidado com conceitos simplórios e equivocados que podem redundar em graves prejuízos. Saber o que focar demanda aprendizado e muita competência. Importa em avaliação precisa de cada situação, identificação de oportunidades, ameaças e, acima de tudo, em flexibilidade, que é um conceito difícil e complexo, mas extremamente importante para se compreender melhor o que seja a inteligência com foco essencial. As duas frases que se seguem mostram melhor a questão:
"Insanidade é fazer as mesmas coisas repetidas vezes e esperar obter resultados diferentes" (Jeff Olson).
"Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes" (Jacob Riis)
Isto significa que manter o foco, insistir e persistir no seu sonho pode ser sinal de insanidade, mas também, manter o foco, insistir e persistir no seu sonho pode ser sinal de lucidez. E saber a diferença entre uma situação e outra é a grande questão e o objetivo da inteligência com foco essencial. Em suma, tudo na vida importa em perceber, compreender, escolher, decidir e agir e, isto será objeto de um outro artigo. Mas, mais uma vez, vale lembrar a música composta pelo Billy Blanco: "O que dá para rir também dá para chorar".


POST 1922: CAPITALISMO TUPINIQUIM. Por Ricardo Amorim


Segundo estimativas da empresa de pesquisa de mercado IHS iSuppli, os componentes de cada iPhone 5 de 16GB custam R$388,00 e sua montagem R$15,00, totalizando R$403,00. Ao conhecer esta informação, a maioria dos brasileiros tem dois tipos de reação. Uns ficam indignados com os lucros abusivos da empresa. Outros a defendem, apontando custos não computados, como distribuição e impostos, por exemplo. Portanto, os lucros seriam “normais”.

Efetivamente, no Brasil os impostos respondem por uma parcela significativa da diferença. O mesmo aparelho que é vendido por R$1.265,00 nos EUA, custa R$2.600,00 aqui. A maior diferença vem de impostos. No Brasil, ao comprarmos um iPhone, pagamos dois, um à Apple, outro ao governo.
Além disso, em nossa sociedade que demarca diferenças socioeconômicas pelos padrões de consumo, os consumidores dispõem-se a pagar preços que, em outros países, fariam o produto encalhar. Isto permite que as empresas tenham margens de lucro mais elevadas aqui.
Estas distorções não afetam apenas o preço do iPhone, mas de tudo que compramos aqui. Pelo preço de uma Ferrari 458 Spider no Brasil, compra-se o mesmo carro, um apartamento e um helicóptero em Nova York.
Devido ao péssimo uso dos recursos arrecadados, nossos impostos elevados causam-me particular indignação, mas outra distorção brasileira preocupa-me ainda mais. Associamos lucros a bandalheira e, portanto, margens de lucro altas precisam ser limitadas ou, no mínimo, justificadas.
Nos EUA, o iPhone  que custa R$403,00 para ser produzido é vendido por R$1.265,00. Mesmo descontando impostos – ainda que menores do que os nossos – e outros custos, sobra à Apple uma margem de lucro gorda, explicando porque ela se tornou a mais valiosa companhia do planeta. Lá, lucratividade elevada é considerada mérito pelo trabalho bem feito, neste caso particularmente em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e marketing. Por aqui, o lucro é o capeta, razão de desconfiança e vergonha.
Se não mudarmos nossa mentalidade, o Brasil nunca será um país rico. Ou acabamos com as distorções de nosso modelo econômico ou seremos o país do futuro do pretérito. Ao contrário do que pensam muitos, a valorização do lucro não precisa ser antagônica à melhora do padrão de vida da população como um todo. Aliás, pode e deve ser exatamente o contrário, como provam os países nórdicos.
No Brasil, isto teria de começar por uma intromissão muito menor do Estado na economia. É na promiscuidade do público com o privado que surge a maioria das distorções que mancham a percepção da opinião pública brasileira quanto ao lucro. Em uma economia onde o Estado é onipresente, com frequência é mais lucrativo ser amigo do rei do que acertar as decisões empresariais ou inovar. A partir daí, lucro vira pecado.
Infelizmente, o contrário tem acontecido. Nos últimos anos, o montante de recursos que o Estado desvia da iniciativa privada através de impostos tem aumentado, assim como as intervenções na gestão de empresas públicas e privadas. Salta aos olhos o papel crescente do BNDES. Capitalizações com recursos públicos superiores a R$300 bilhões desde 2008 permitiram que ele se tornasse um acionista importante em várias grandes empresas brasileiras. Além do risco aos cofres públicos, este processo reforçou a percepção de que temos um capitalismo de compadres. Muda Brasil, enquanto é tempo.

Ricardo Amorim
Formado pela Universidade de São Paulo, com pós graduação pela ESSEC de Paris, o economista Ricardo Amorim foi um dos poucos que anteciparam a crise elétrica brasileira de 2001, a crise imobiliária americana de 2008, a crise européia de 2010 e suas consequências.
Mais de Ricardo Amorim AQUI


POST 1921: ESTÍMULOS E PROVOCAÇÕES PARA EMPREENDEDORES



Empreender é uma iniciativa, ou até uma arte, que não está necessariamente, vinculada ou dependente, das condições do meio em que ela ocorre. Existem muitos casos de empreendimentos muito bem sucedidos que surgiram em períodos de crise e recessão – tanto econômica como social -, da mesma forma que tantos outros foram criados em momentos de bonança ou euforia econômica.
O que os estudos ainda continuam mostrando é que a maioria dos empreendedores surge nas camadas mais desfavorecidas da sociedade. Ou seja, é bem mais raro o espírito, e até a iniciativa empreendedora, entre os membros da classe média ou entre famílias mais abonadas, com herdeiros que já nascem com uma vida muito mais cheia de facilidades. Sem a necessidade, ou estímulo, para conquistar algo pelos seus próprios meios ou determinação.

Especialmente se considerarmos que uma das características marcantes de quem empreende é descobrir, ou transformar, em oportunidades, situações ou necessidades onde a grande maioria apenas enxerga problemas.
Apesar de iniciativas e estímulos valiosos, como os oferecidos por entidades  tipo Endeavor, Sebrae, Senac, Sesi e algumas instituições de ensino profissionalizante, existem duas fontes permanentes de desestímulo ao espírito empreendedor.
Refiro-me a própria família, que de forma bastante convencional, e com base na própria história profissional dos pais e avós, tende a orientar seus descendentes para a idéia exclusiva do emprego formal. Seja ele público ou privado, mas sempre com a doce ilusão da segurança que uma carteira profissional assinada, ou a estabilidade de funcionário público, possam proporcionar.
A outra instituição que continua preparando, quase que exclusivamente para o emprego, é a própria escola, e o mundo acadêmico de uma forma geral. Reforçam, de uma maneira muito enfática, a necessidade de um detalhado planejamento prévio – desconsiderando a importância da iniciativa e intuição –  a tal ponto que a maioria das tentativas não ultrapassa os limites do papel.
Muitos sonhos, aspirações e planos já morrem no nascedouro. E não necessariamente pela escassez de recursos financeiros, mas pela falta de estímulos e autoconfiança.
Entre empreendedores podemos caracterizar dois tipos. Que embora tenham como ponto de partida algumas características em comum, ambos necessitam de tratamento e orientação que considere algumas diferenças significativas.
Refiro-me em primeiro lugar ao “lobo solitário”. Ou seja, aquela pessoa que tem ambições muito próprias, individualista e que sonha em ser “dono” do seu negócio.
Esta pessoa necessita desenvolver sistemas de auto-motivação permanente, além de também exercer uma liderança participativa, motivadora e de forte reconhecimento com sua equipe. Por menor que ela possa ser no início. E também necessita criar formas de relacionamento com fornecedores e clientes na busca de uma fidelidade que deve ser correspondida – mutuamente - em várias dimensões.
Deve tomar muito cuidado, para um adequado processo de crescimento, em não criar uma estrutura que se torne dependente da sua figura, carisma ou processo decisório. Muitos empreendedores deste tipo tendem a ser centralizadores, o que pode dificultar a formação de equipes com suficiente autonomia e grau de iniciativa.
Já quando falamos de empreendedores, que iniciam seu projeto em grupo, a principal preocupação no início deve ser a de fixar um Acordo ou Protocolo. O mesmo visa estabelecer, de forma bastante participativa, amplamente discutido e aceito por todos envolvidos, um conjunto de direitos e obrigações de tudo aquilo que envolve seu relacionamento como sócios, além do papel de gestores do negócio.
Importa saber que, na qualidade de sócios deve existir uma clara confiança para que os riscos e conquistas possam ser claramente compartilhados. Independentemente da proporção de cada um na sociedade. Já na qualidade de gestores suas atribuições, autonomia e relação hierárquica devem também estar fixadas e aceitas por todos. Tanto entre os mesmos como na relação com seus colaboradores.
Vale ressaltar que, da mesma forma como devem ser discutidos os resultados do negócio, é da maior importância que os sócios se mantenham atentos em avaliar, permanentemente, sua relação.
É bom lembrar que 70% dos negócios que desaparecem no Brasil, têm como causa principal conflitos societários – ou familiares – não resolvidos.
 Este artigo visa estimular o surgimento de empreendedores em um mercado cada vez com maiores oportunidades. E para quem busca uma alternativa diferente ao emprego formal. É apenas mais uma provocação.

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