Mostrando postagens com marcador INOVAÇÃO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador INOVAÇÃO. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

POST 1917: O FUTURO DA APPLE COM TIM COOK

Tim Cook completou recentemente um ano no comando da Apple, depois de ter sido o CEO por duas vezes substituindo Steve Jobs, que já apresentava problemas de saúde. No ano passado escrevi um texto sobre a saída de Steve Jobs do cargo de CEO, algo que marcou a indústria da tecnologia como uma verdadeira mudança de era, para mim até mais do que a data da sua morte.

Tim Cook, ex-chefe de operações, assume a Apple após saída de Steve Jobs. (Foto: Divulgação)
Tim Cook, o chefão da Apple. (Foto: Divulgação)


É verdade que Steve Jobs faz muita falta no comando da Apple, mas ele soube escolher muito bem seu substituto. Além dele, há alguns fiéis escudeiros: Phil Schiller do marketing, Scott Forstall do iOS e Jonny Ive, o mago do design, algo como um "herdeiro espiritual" de Steve Jobs na Apple e principal responsável por “carregar a chama” dos novos produtos.

Para gerir a empresa que ele fundou e depois voltou para salvar da falência e do colapso financeiro, o criador do iPad, iPhone, iMac e iPod escolheu Tim Cook, uma pessoa prática e tranquila, credenciais curiosas para o cargo. Como eu previ no texto do ano passado, a Apple passou pelo seu primeiro ano sem seu comandante com enorme sucesso, e inclusive se tornou 75% mais valiosa do que era.

Responsável pela criação das lojas, pela negociação com parceiros chineses e pela logística impecável da Apple, Tim Cook já tinha uma grande participação na transformação da Apple na maior empresa do mundo. O CEO da Apple é completamente diferente de Steve Jobs; ao contrário do antigo patrão, Cook é uma pessoa que está disposta a ir até a fábrica da Foxconn na China para tratar pessoalmente do assunto dos casos de suicídio de funcionários. 


A nova cara da Apple é mais simpática e descontraída, e até mesmo o rígido controle com o qual a empresa cuidava a sete chaves seus maiores segredos parece ter ficado esquecido em algum lugar do passado. E as mudanças não param por aí.
Em uma atitude surpreendente para quem acompanha a história da Apple, Tim Cook chegou até a pedir desculpas aos clientes pelos problemas do Apple Maps uma semana após o lançamento do iOS 6, algo inédito quando nos lembramos do problema de antena do iPhone 4. Naquela ocasião, Steve Jobs demorou quase dois meses para realizar um evento para lidar com o “Antennagate”, e oferecer bumpers de plástico a quem tivesse comprado o smartphone da Apple.

O futuro da Apple depende do sucesso do iPhone 5, e as perspectivas são muito boas. Tim Cook estava muito à vontade no palco no lançamento do iPhone 5. Em um gesto de que não pretende roubar a cena de sua equipe, Tim Cook deixou para Phil Schiller o momento de subir ao palco e apresentar o novo iPhone. Phil não estava tão à vontade, mas compensou isto com bom humor. Os dois sabiam muito bem que o produto que a Apple estava lançando não era uma revolução. Depois que você cria o smartphone mais amado do planeta, fica complicado mudar tudo de uma hora para a outra.

Meu único problema é relativo à falta de avanços do iOS 6, pois em termos de hardware, considero o iPhone 5 praticamente perfeito. Sua tela pode não ter tecnologia super AMOLED ou ter 4,7 polegadas, mas tem o tamanho ideal. Eu confesso que ao usar smartphones Android com telas muito, muito grandes, comecei a achar a tela do iPhone 4S pequena. Ela precisava aumentar, mas não muito. Se aumentar mais, estraga, pelo menos na minha modesta opinião.


iPhone 5 (Foto: Reprodução)iPhone 5, a grande aposta da Apple (Foto: Reprodução)


Assim como seu antecessor, o iPhone 5 é uma obra prima do design e da simplicidade, com a assinatura de Jonny Ive. É fácil reconhecer o toque de Steve Jobs neste produto, assim como os novos modelos do iPad e do novo MacBook Pro com tela retina. Não se espante com isto, pois, segundo relatos, Jobs estaria envolvido em projetos que a Apple ainda vai lançar nos próximos anos como o tão esperado iPad Mini.


O primeiro ano da Apple sem Steve Jobs foi de um enorme sucesso financeiro, as ações da empresa não param de subir e os produtos da empresa nunca foram tão usados quanto agora.

O iPhone 5 é a grande aposta da Apple para as festas de fim de ano, e o lance é bem alto, pois além dele ser o produto mais vendido e mais conhecido da Apple, também tem o potencial de trazer novos usuários para o iOS e também para o OS X, ajudando a vender iPads e Macs. Pelo impressionante sucesso da pré-venda e das vendas nas lojas, o iPhone 5 parece que vai fazer jus a toda esta expectativa.

Steve e Jonny certamente trabalharam juntos neste projeto, um aperfeiçoamento do design original do iPhone 4 e 4S. Quando a Apple diz que ele é o smartphone mais fino do mundo, está falando da espessura integral do aparelho. Modelos da Motorola e outras empresas são ainda mais finos, mas contam com câmeras integradas que aumentam a espessura em um ponto determinado. Eu sempre acho graça deste título de “o mais fino do mundo”, pois é sempre uma honraria com prazo de validade, até sair outro ainda mais fino.

Sem querer entrar nesta polêmica, digo que o novo iPhone tem o mérito de ser simples, e é exatamente isto é o que o diferencia dos demais. Quem fala mal do aparelho agora vai ter que engolir suas palavras, pois ele vai continuar vendendo muito. Este é o grande truque da Apple, como escreve MG Siegler neste brilhante texto, um dos melhores que li neste ano. Na hora que a pessoa chega à loja e pega o aparelho na mão, se convence de que precisa ter aquilo de qualquer forma. Enquanto a Apple continuar lançando produtos como este, o futuro da Apple está garantido, e Tim Cook sabe disto melhor do que ninguém.



FONTE: TECHTUDO

domingo, 25 de novembro de 2012

POST 1870: 6 SEGREDOS PARA CRIAR UMA CULTURA DE INOVAÇÃO. Por Marcelão

Pessoal, o blog da Harvard Business Review publicou artigo sobre uma pesquisa realizada pela IBM que recentemente entrevistou 1500 executivos em 60 países. A pesquisa apontou que os executivos elegeram a criatividade como sendo a competência de liderança mais importante atualmente.


De acordo com a pesquisa, 80% dos CEOs disseram que o ambiente de negócios está crescendo em complexidade de forma assustadora, o que exige, literalmente, novas formas de pensar e agir(
veja mais sobre isso aqui). Menos de 50% disseram acreditar que suas organizações estejam equipadas para lidar efetivamente com esta complexidade crescente. Uma das razões para essa falta de preparo é a escassez de líderes criativos e a ausência de uma infra-estrutura organizacional que facilite o surgimento desses líderes(Veja mais sobre isso aqui).

 


O problema é que, como já abordei em vários posts, a mudança dificilmente vem de cima. A alta administração dificilmente lidera movimentos de transformação necessários para promover a cultura da criatividade e inovação, sendo que, algumas vezes, chegam até a sabotar (Veja mais sobre isso aqui).


Assim como na gestão de pessoas, há uma distância muito grande entre o discurso e a prática. Eu acrescentaria que uma das razões, de porquê a inovação tem dificuldades para surgir nas empresas, é a mentalidade ainda muito mecanicista presente na alta administração das empresas. Acham que a inovação pode surgir a qualquer momento sem que se crie um ambiente adequado não só referente a cultura organizacional, mas também um ambiente físico próprio para o estímulo a inovação.


Voltando ao artigo da Harvard, ele apresenta seis movimentos fundamentais que as empresas devem adotar para criar uma cultura de inovação:


1 – Atender as necessidades das pessoas: Reconhecer que questionar a ortodoxia e as convenções – a chave para a criatividade – começa com questionar as formas como as pessoas tem expectativas sobre o trabalho. Como suas necessidades principais – fisicas, emocionais, mentais e espirituais – podem ser atendidas no ambiente de trabalho? Quanto mais as pessoas estão ocupadas com as necessidades não satisfeitas, menor a energia e o empenho que eles trazem para o seu trabalho. Comece perguntando aos seus funcionários, um de cada vez, o que eles precisam para executar o seu melhor. Em seguida, defina o que é sucesso para as pessoas e mantenha-as informadas sobre as metas, mas, tanto quanto possível, deixe-as conceber seus próprios dias como acharem melhor para alcançar esses resultados. Mais do que nunca, é preciso colocar as pessoas no centro da gestão (Veja mais sobre isso aqui);



2 – Exercitar criatividade sistematicamente: Não é mágica e pode ser desenvolvida. Há cinco fases bem definidas e aceitas do pensamento criativo: uma visão em primeiro lugar, a saturação, a incubação, iluminação e a verificação. Nem sempre elas se desdobram de forma previsível, mas elas nos fornecem um roteiro para mapear todo o cérebro, indo e voltando entre pensamento analitico, raciocínio dedutivo do hemisfério esquerdo, e mais os padrões de busca, do grande retrato e o pensamento do hemisfério direito. Aqui segue a dica do livro do Daniel H. Pink: “O Cérebro do Futuro – A Revolução do Lado Direito do Cérebro” (
leia resumo aqui);



3 – Cultive a paixão: A maneira mais rápida de matar a criatividade é colocar as pessoas em funções que não excitam a imaginação. Crianças que são encorajadas a seguir sua paixão desenvolvem uma melhor disciplina, um conhecimento mais profundo e são mais perseverantes e mais resistentes frente às contrariedades. Procure, mesmo em formas pequenas, dar aos seus funcionários, em todos os níveis, a oportunidade e o estímulo para seguir seus interesses e expressar seus talentos únicos. Afinal de contas, como seres humanos, somo definidos pelas causas a que servimos e pelos problemas que lutamos para superar. É a paixão em solucionar problemas extraordinários que cria o potencial de realizações extraordinárias.;



4 – Tornar significativo o trabalho: Os seres-humanos são animais de significado (
Veja mais sobre isso aqui). Dinheiro paga as contas, mas é uma fonte limitada de significado. Sentimo-nos melhor sobre nós mesmos quando estamos fazendo uma contribuição positiva para algo além de nós mesmos. O que as pessoas querem é a oportunidade e as condições para criar um sonho. Para se sentir verdadeiramente motivado, nós temos que acreditar se o que estamos fazendo realmente importa. Quando os líderes podem definir uma missão, que transcende o interesse convincente de cada indivíduo de si mesmo, é uma fonte de combustível não só para maior desempenho, mas também para pensar mais criativamente sobre como superar os obstáculos e gerar novas soluções;



5 – Fornecer tempo: Criatividade não tem ponto eletrônico em que você tem expediente de trabalho entre as 8 horas da manhã e as 6 horas da tarde. O pensamento criativo requer tempo relativamente aberto, ininterrupto e livre de pressão para respostas imediatas e soluções instantâneas. O tempo é escasso, uma comodity sobrecarregada em organizações que vivem pela ética do “mais, maior e mais rápido”;



6 – Renovar-se: Os seres humanos não são preparados para operar continuamente da mesma forma que computadores. Estamos destinados a gastar energia para períodos de tempo relativamente curto – não mais que 90 minutos – e depois se recuperar. A terceira fase do processo criativo, incubação, ocorre quando passo de um problema que estamos tentando resolver e deixamos o nosso inconsciente trabalhar sobre ele. É eficaz quando realizamos uma caminhada, ou ouvimos música, ou silenciamos a mente através da meditação, ou mesmo ao dar um passeio. Movimentar-se – especialmente o exercício que aumenta a taxa de coração – é uma outra maneira poderosa para induzir o tipo de mudança na consciência para que os avanços criativos apareçam espontaneamente.



É bom deixar claro que todos nós somos criativos e que fazer surgir a criatividade é muitas vezes fruto de uma situação ou de uma necessidade. É como disse aquele velho ditado : “A necessidade é a mãe de todas as invenções.” Todos somos criativos, mas alguns de nós desenvolveremos mais esse esse talento do que outros devido a questões educacionais, sociais e culturais que vão contribuir para o estímulo a criatividade ou para comportamentos menos criativos baseados em repetições de modelos previamente estabelecidos.


É importante exercitarmos o máximo possível a nossa criatividade assim como os esportistas desenvolvem os seus músculos para as atividades físicas. Afinal de contas, o cérebro é um músculo e também precisa de exercício, senão atrofia.



Um abraço.

“Keep the Faith”
 
 
Marcelo de Souza Bastos, o Marcelão.
Formado em ciência da computação pelo Uniceub em Brasília e MBA em planejamento e gestão empresarial pela Universidade Católica de Brasília.
Mais de Marcelão AQUI

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

POST 1862: 5 MITOS DE INOVAÇÃO EM COMUNICAÇÃO

 
A inovação é fundamental para que as marcas tenham destaque no mercado. Em um cenário brasileiro atual de transformações, onde os conteúdos direcionados ao consumidor podem ser gerados em múltiplos canais, é preciso estar atento aos mitos – verdadeiros ou não – que se apresentam. Enumerados na pesquisa “Inovação e o Ecossistema de Mídia”, do Coppead, são eles: 1 - nada vai mudar no mercado brasileiro; 2 – a TV é a mãe do Brasil; 3 – audiência é igual à atenção; 4 – conteúdo é rei; 5 – sucesso nunca é demais.
 
A premissa de que tudo permanecerá imóvel e como sempre esteve falseia o primeiro mito. Apesar de a TV ter sido e continuar sendo, desde sua implantação no Brasil na década de 1950, o principal canal de comunicação entre público e marcas, outras mídias surgiram e o grau de engajamento e co-criação atualmente é muito maior. Segundo o estudo do Coppead, não haverá mudanças bruscas e definitivas, mas elas começam a acontecer.
 
Ainda assim, mesmo que as mídias sociais tenham ganhado um espaço maior no relacionamento entre as empresas e seu público-alvo, existe lentidão. “O Brasil tem uma situação única no mundo. Temos uma audiência de Super Bowl diariamente em nossas novelas e as marcas ainda conseguem uma abertura grande trabalhando especificamente com essa mídia. Por outro lado, o cenário de inovação tem diversas possibilidades e múltiplos futuros. O que percebemos é que haverá um investimento cada vez maior em mídia própria e mídia espontânea e pessoas cada vez mais jovens assumindo cargos de liderança e mudando todos os formatos antes tradicionais”, indica a pesquisadora Paula Chimanti.
 
Coppead,Inovação,inovar,comunicação,TV,mídia,redes sociais,pesquisaO Brasil no alvo
A revolução digital que o país passou e os números de usuários brasileiros nas redes sociais ainda não foram suficientes para derrubar a verdade do segundo mito da inovação: “A TV é a mãe do Brasil”. Boa parte da importância e da permanência acentuada de ações das marcas por meio dos televisores se explica pela inserção do aparelho em 99% dos lares brasileiros e de sua penetração forte em diversas regiões, ainda que com diferenças marcantes entre si.
 
Outro fator prioritário é a conveniência do canal. “Geralmente escutamos a frase de que a TV é a mídia mãe do Brasil acompanhada de um ‘ainda’. Não sabemos quanto tempo vai durar, mas trabalhamos com análises de cenários e, nesse ponto, surgem a internet e os celulares, que estão crescendo e sendo bem avaliados. Porém, a televisão é mais conveniente e entrega uma quantidade maior de conteúdo, junto com entretenimento e uma imagem mais trabalhada diante de seus consumidores”, indica Paula.
 
 
Mídias tradicionais x mídias digitais
Mais do que medir qual o número de leitores e assinantes de um jornal ou quantos estão com a televisão ligada em determinado canal, o mundo digital, incluindo as mídias sociais e as plataformas mobile, revolucionaram a forma que as empresas podem e devem falar com seu público-alvo. Diferente dos formatos tradicionais de mídia, hoje a internet permite ir além da simples aferição da efetividade das ações, levando os grupos a entenderem o potencial de interação do consumidor.
 
Nesse cenário, o terceiro mito, audiência é igual atenção, encontra seu problema na intersecção entre modelos tradicionais e digitais e se mostra falso. “Na internet eu consigo de fato saber onde o usuário está colocando sua atenção. Um modelo de negócios do Google, por exemplo, cobra o anúncio da empresa só se houver o click. Existe então um deslocamento dos formatos antes usados para outros onde existe o engajamento. A união deles é o grande desafio porque, no final das contas, a empresa quer vender”, avalia Paula Chimenti, responsável pelo tema “Inovação e o Ecossistema de Mídia”, apresentada durante o 4º Encontro Internacional Coppead de Comportamento do Consumidor.
 
 
Coppead,Inovação,inovar,comunicação,TV,mídia,redes sociais,pesquisaAparecer nem sempre é bom
Facebook, Twitter, blog, portal, ações em pontos de venda, televisão, jornal, rádio: não importa se são todas de uma vez ou uma pequena seleção, toda empresa deseja aparecer e estar entre os assuntos mais comentados – e de forma positiva – nas mídias. A saga pela prioridade do consumidor, no entanto, pode ser um tiro no pé e levar ao quarto mito que não é verdadeiro: “Conteúdo é Rei”.
 
A lição, de acordo pesquisa “Inovação e o Ecossistema de Mídia”, não é quantidade e sim qualidade. “Sim, o conteúdo continua sendo uma base importante, mas não é suficiente e não ganha o jogo sozinho. É preciso que haja conveniência, imagem, comunicação e relevância no que se aborda. O consumidor não quer apenas saber o melhor filme para assistir, ele quer um lugar no celular onde ele possa clicar, receber um ingresso e ir para o cinema sem se preocupar com mais nada”, diz Paula.
 
Outro erro comum dos grupos é acreditar que o importante é aquilo que eles definirem em suas estratégias de Marketing. “Qualidade de conteúdo é muito questionável. Não é o que a empresa acha que é bom, é o que o consumidor percebe como relevante. Existem empresas como o Netflix ou o iTunes que são grandes plataformas e não produzem conteúdos. O case de sucesso é no sentido de serem agregadoras e organizadoras de acervos relevantes para os usuários”, completa a pesquisadora.
 
O último mito, sucesso nunca é demais, se torna, portanto, complemento do quarto mito. A falsa premissa indica que em um cenário onde as redes sociais têm aparecido cada vez mais e que o futuro da TV ainda é incerto, grupos que se tornaram grandes no passado não necessariamente continuarão da mesma forma em novos cenários onde a instabilidade comanda o futuro.
 
A inovação, nesse caso, pode vir de onde menos se espera. “Sempre que existe uma tecnologia que rompe e realmente muda as coisas, criam novos modelos de negócio ou novos mercados, geralmente são as menores empresas que lideram o processo de inovação. Grupos que não faziam parte daquele nicho, daquela cadeia de valor, mas abriram os olhos. As grandes empresas ainda continuam reticentes e esse cenário já ocorreu com a música, com a indústria editoral norte-americana e continuará acontecendo. A pergunta não tem que ser ‘por que mudar?’, mas sim ‘por que não mudar?’”, define Paula Chimanti.
 
 
FONTE: MUNDO DO MARKETING

terça-feira, 14 de agosto de 2012

POST 1766: INTRAEMPREENDEDORES: O MOTOR DA INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES. Por Marcos Hashimoto

Mais do que funcionários eficientes, que realizam adequadamente suas tarefas, cumprem regras e se esforçam para atingir suas metas, as organizações modernas estão à procura de um novo tipo de profissional

Diante do imperativo da inovação, algumas empresas, na busca do melhor caminho rumo à competitividade, depositam em seus funcionários a esperança de promover mudanças significativas nos negócios.

Mais do que funcionários eficientes, que realizam adequadamente suas tarefas, cumprem regras e se esforçam para atingir suas metas, as organizações modernas estão à procura de um novo tipo de profissional. Querem encontrar aquele que realiza mais do que é esperado dele, que não se sujeita a seguir regras que possam impedir suas realizações, que vai além de suas obrigações e responsabilidades, que não só gera grandes idéias, mas traz a capacidade de transformá-las em realidade. As organizações estão procurando intraempreendedores.
Quando se ouve a palavra 'empreendedor', logo se imagina o indivíduo que abandona sua carreira para perseguir o sonho de ter um negócio próprio. Quando são bem sucedidos nesta trajetória, notamos alguns traços comuns em todos eles: Criativos, dinâmicos, auto-motivados, cheios de energia, persistentes, bem relacionados, articulados, inteligentes, dotados de visão do futuro, perspicazes e mais uma série de qualidades. Se pensarmos bem, estas são características de um empreendedor, mas não necessariamente de alguém que tenha um negócio próprio.
 
 

Sob esta perspectiva, é difícil acreditar que existam pessoas que tenham este perfil empreendedor, mas não queiram ter um negócio próprio? Sim, elas existem, estão contentes com o mundo corporativo e querem continuar desenvolvendo sua carreira. Eles são raros e valiosos para as empresas, não importando em que lugar da empresa estejam.
Pode ser uma simples iniciativa de uma secretária para resolver conflitos de agendamento da salas de reunião até um operador de copiadora que cria uma campanha para as pessoas reciclarem suas cópias em papel. O escopo de atuação do intraempreendedor abrange toda a empresa e não apenas as lideranças.

Só para ter uma ideia, veja dois exemplos bastante simples que conheci. Um lixeiro que trabalha em uma companhia de coleta no interior de São Paulo reduziu pela metade o tempo diário de coleta na rua. Em algumas cidades o sistema de coleta de lixo funciona da seguinte maneira: Em cada quarteirão existe uma grande caixa de plástico, com tampa e dotado de rodinhas, na rua, encostada no meio-fio. Para jogar o lixo, as pessoas vão até esta caixa, abrem a tampa e depositam seus sacos de lixo lá dentro. De madrugada, os caminhões passam pelas ruas e param ao lado de cada uma destas caixas. O lixeiro só tem o trabalho de empurrar a caixa para conectar a um dispositivo na traseira do caminhão, quando então um dispositivo é acionado que levanta e vira a caixa para que a tampa se abra e todo o conteúdo seja derrubado dentro do caminhão. Depois de esvaziar a caixa, esta volta à situação inicial, o lixeiro a destrava e a recoloca no seu lugar na rua. Em seguida o caminhão se dirige à próxima caixa e todo o processo se reinicia. Pois este lixeiro teve a ideia de sair do depósito com uma caixa vazia já conectada ao dispositivo.

Ao chegar no primeiro quarteirão, ele destrava a caixa vazia, coloca-a no lugar da caixa cheia e conecta a caixa cheia no dispositivo. Em seguida, ele aciona o dispositivo e, enquanto a caixa é esvaziada, o motorista se dirige ao próximo quarteirão. Ao chegar à próxima caixa, a caixa anterior já está vazia pronta para ser retirada do dispositivo. O lixeiro então troca novamente a caixa e todo o ciclo se reinicia. Ao usar o mesmo tempo de esvaziamento da caixa para o deslocamento do caminhão, o lixeiro e sua equipe conseguem encerrar o trabalho todo na metade do tempo que os outros colegas normalmente levam.

No segundo exemplo, conheci uma copeira de uma grande multinacional que era muito querida por todos os funcionários. Ela vivia dando dicas de receitas e de atividades domésticas: como tirar manchas de tecidos, como tirar pelo de roupas escuras, como passar ternos, etc. Suas dicas eram tão procuradas que, a convite do pessoal do RH que cuidava da intranet, ela criou um blog para disseminar seus ricos conhecimentos, que ela atualiza semanalmente com ajuda da equipe técnica. Hoje é uma das páginas mais visitadas da empresa.

Claro que estes exemplos não são de grandes inovações que vão revolucionar o negócio da empresa, são nada mais do que pequenas iniciativas pessoais, mas o que vale é a cultura que permeia toda a empresa, uma cultura que mostra que qualquer um pode fazer a diferença. Quando esta cultura está instaurada, as pessoas trabalham de forma cooperativa, se responsabilizando umas pelas outras, os líderes dão liberdade e autonomia para que seus subordinados inventem novas soluções para os problemas da empresa, os controles são deixados de lado quando ameaçam uma boa idéia, as pessoas ousam experimentar coisas novas e não são penalizadas se cometerem erros, problemas são vistos como desafios a serem superados e ninguém se sente constrangido ou intimidado por manifestar livremente sua opinião.

Existem histórias também de grandes negócios que surgiram a partir de pequenas iniciativas espontâneas de funcionários. A mais clássica e conhecida delas é de Art Fry, engenheiro da 3M, que inventou os bloquinhos autoadesivos post-its. Fruto de um erro na busca por uma fórmula de adesivo, Fry descobriu que o defeito poderia se tornar uma qualidade ao explorar este atributo na vida prática para marcar páginas do seu hinário quando cantava na igreja. Hoje é um dos maiores sucessos da história da empresa, que já é inovadora.

Muitas histórias como esta existem nas empresas brasileiras. Só não são mais numerosas porque estes funcionários conseguem vislumbrar problemas e soluções, mas não conhecem bem as técnicas para estruturar suas ideias ou levantar os recursos para transformar suas ideias em realidade. Quanto mais complexa for sua ideia, maior a necessidade de recursos, maior a resistência interna em designar estes recursos para este funcionário, maior a necessidade dele ser muito bom em negociação, venda da ideia, liderança, conhecimento holístico, técnicas de gestão de projetos, entre outras necessidades mais complicadas e, geralmente, fora do alcance das pessoas normais.

A saída é desenvolver, junto com uma cultura voltada para a inovação, uma estrutura organizacional que viabilize o contato do intraempreendedor com áreas que vão ajudá-lo a desenvolver seus projetos e levantar os recursos necessários. Muitas vezes, estas estruturas precisam ficar distantes das estruturas já existentes para não se contaminarem com a visão orientada a resultados, eficiência, controles, processos estruturados e rigidez.


* Por Marcos Hashimoto é professor de empreendedorismo da ESPM, consultor, palestrante e um dos autores do livro Práticas de Empreendedorismo: Casos e Planos de Negócios, Editora Elsevier. 




sexta-feira, 3 de agosto de 2012

POST 1752: BOO-BOX NO PROGRAMA ROBERTO JUSTUS+ SOBRE REDES SOCIAIS


boo-box no programa Roberto Justus+ sobre redes sociais

O programa Roberto Justus+ da segunda-feira (23-jul-2012) contou com a participação via skype de Marco Gomes, jovem empresário e criador da boo-box, que falou sobre as novas oportunidades de inovação criadas pela internet.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

POST 1745: FORBES E FORTUNE SE ALINHAM EM ABORDAGEM DO DESIGN THINKING

Coincidência? Não, sincronia

A Forbes é uma revista quinzenal e também uma empresa de mídia que oferece "informação para os líderes mundiais dos negócios". A Forbes se intitula "a ferramenta capitalista" e está no mercado desde 1917. Sua concorrente próxima é a Fortune, uma revista de negócios global fundada em 1930 e editada pela Time Inc. A Fortune é conhecida por publicar a lista das maiores empresas do mundo, das mais admiradas e das melhores para trabalhar. Ambas as revistas são referências confiáveis para os administradores do universo dos negócios.

No primeiro dia de maio de 2012, o site da Forbes publicou um artigo da escritora Jeanne Liedtka. No dia seguinte, o site da Fortune apresentou um artigo do autor Saul Kaplan. Ambos os artigos abordavam um assunto que, cada vez mais, está presente no mundo moderno dos negócios, uma metodologia chamada design thinking. Não é coincidência, uma ocorrência casual de fatores. O design thinking vem sendo reconhecido pela mídia dos negócios. Até pelas mais conservadoras.

Porém, outras publicações americanas de negócios abriram espaço para o design thinking há tempos. A BusinessWeek, agora rebatizada de Bloomberg Businessweek, abriu sua capa em maio de 2004 para dois designers de meia idade sob o título "O Poder do Design" e com uma chamada apontando a IDEO como uma empresa que criava experiências inéditas e ajudava seus clientes a inovar.

A FastCompany, a revista dos novos negócios, publicou em março de 2006 um artigo com o título de "Design Thinking, o que é isso?". O autor, Mark Dziersk, afirma que a metodologia do design thinking é um protocolo que qualquer negócio ou profissão pode usar para alcançar extraordinários resultados. Sua memória pula até seu professor do colégio, cuja paixão pelo design prendia a atenção dos alunos. Dziersk não esquece a convicção das suas palavras: "qualquer área profissional - medicina, advocacia, coreografia ou política - pode se beneficiar empregando o design thinking para obter melhores resultados". Dziersk entende que o ambiente dos negócios demorou para aceitar o potencial da hipótese do seu professor.

Em junho de 2008, o design thinking é chamada de capa de uma publicação de negócios, a Harvard Business Review. Tim Brown, CEO da IDEO, escreveu um artigo explicando a metodologia e termina a matéria com um exemplo real. A metodologia do design thinking ajudou o Bank of America a criar um programa de poupança chamado "Fique com o troco". Resultado do projeto: em menos de um ano, o número de clientes cadastrados superou cinco milhões de pessoas que pouparam mais de US$ 500 milhões. O design thinking identificou um aspecto do comportamento humano e converteu-o em benefício para os clientes do banco e em valor da marca.

Então, vamos ver o que esses dois artigos bem recentes têm a dizer.

Comecemos pelo artigo que foi publicado no Dia do Trabalho. Sua autora, Jeanne Liedtka, é especializada em pensamento estratégico, inovação, design e liderança, além de aprendizagem corporativa através de processos criativos. Ela é autora do livro "Designing for Growth", lançado em 2011 pela editora da Escola de Negócios de Colúmbia, USA. O livro é dedicado a ensinar a prático do design thinking para administradores de negócios em geral.

O título do artigo é "Projetando para o Crescimento. Apple faz isso, então você pode." Liedtka diz que as pessoas olham para a experiência da Apple e imaginam Moisés separando as águas do Mar Vermelho com seu poderoso bastão. Os mortais comuns podem atravessar as águas construindo uma ponte. Vamos parar de fantasiar e projetar a nossa própria ponte. Design thinking não é uma operação mágica, mas uma prática para criação de valor traduzido em aplicações reais no mercado para impulsionar o crescimento. Não exige poderes sobrenaturais porque é uma abordagem sistemática focada e interativa, mas que necessita de criatividade.

"O processo de pensamento de design começa com a coleta de dados." Design thinkers fazem isso através de métodos etnográficos, como mapeamento da experiência do usuário. Mais adiante, no processo, concretizam suas ideias criativas na forma de protótipos com foco na hipóteses diferenciadas. Ao invés de usar dados analíticos para justificar uma nova ideia, ou usar métricas já existentes, as hipóteses criativas são testadas na realidade gerando outras métricas comportamentais, permitido um processo iterativo(*) contínuo de valores melhorados a cada teste.

Usando a empatia, busca de padrões de comportamento e geração de insights, os design thinkers podem parecer caóticos ou carentes de racionalidade. Mas, na verdade, o processo chega a ser chato porque é uma sequência de passos: explorar as necessidades atuais, sintetizar o aprendizado em insights e padrões, e gerar protótipos para testar essas ideias no mercado. Porém Liedtka adverte que o processo pode ser irritante e confuso para um gerente tradicional e controlador. Se o processo parece ser imprevisível e desordenado é porque ele aceita a ideia que é um processo humano sujeito à ambiguidade e incerteza.

O processo do design thinking enfrenta os problemas humanos de frente. Aceita-se a ideia de que não estamos diante de um quebra-cabeças que só tem uma solução. Entendemos que os problemas são capciosos e com muitas variáveis e muitos stakeholders. Não se tenta domesticar os problemas, mas vivenciá-los para criar novas hipóteses que serão testadas. Aceita-se o mistério humano.

O artigo síncrono da Fortune também é de um escritor para empresários, no caso o livro "The Business Model Innovation Factory", recém lançado em abril de 2012. O subtítulo é "como permanecer relevante quando o mundo está mudando". Saul Kaplan é o fundador da Fábrica de Inovação Empresarial e muito bem recomendado - pelos escritores Daniel H. Pink e Alex Osterwalder e pelos autores, editores e co-fundadadores da revista Fast Company, William C. Taylor e Alan M. Webber.

O artigo de Kaplan conclama o poder do design thinking, que é muito mais do que produzir produtos sensuais. Kaplan diz que a inovação dos modelos de negócios e dos processos de trabalho permitem uma conquista de valor muito maior. Ele exorta as pessoas a acreditar: "sejam formadores de mercado, ao invés de seguidores". Não é mais necessário afirmar que o design thinking é uma prioridade. Vamos parar de falar para começar o trabalhar na mobilização de novos modelos de negócios. É hora de ação.

"Precisamos de designers mais loucos focados na experiência do cliente e inovação do modelo de negócio." Se você não tem um talento em design thinking na sua empresa, você está cometendo um erro. Se você está esperando um longo plano de negócio com uma análise financeira detalhada, você está perdendo tempo. Você precisa mais do que a metodologia científica tradicional. Você precisa de cientistas e designers loucos, de uma apaixonada exploração, de uma combinação de talentos, de uma poderosa narrativa para criar novos modelos de negócios. Precisa-se tentar mais coisas. Design thinking e pensamento analítico, criatividade e método científico não são mutuamente exclusivos. Precisamos de ambas as abordagens para projetar novos sistemas para acertar um caminho novo. Pode parecer confuso, mas é necessário.

Não fiz uma tradução literal dos textos. Extrai o conteúdo das duas mensagens misturando tudo com a minha experiência profissional como design thinker. Mas, pensem em uma coisa. Por que as duas tradicionais revistas de negócios publicaram os artigos quase simultaneamente? Porque o assunto está quicando pela sala da editoria. Porque se precisa, com urgência, de novas formas de resolver os problemas que se tornaram doenças estruturais crônicas. O mundo está em crise. Os negócios estão em crise. Está na hora de experimentar novas formas de enfrentar os problemas.

(*) Iteração: Processo de solução para uma operação ainda não resolvida, no qual o resultado final é o somatório de diversas e sucessivas operações com variáveis controladas. Cada tentativa revela dados para a correção da tentativa seguinte.

FONTE: Administradores

quarta-feira, 25 de julho de 2012

POST 1737: INOVAÇÃO: O QUE VOCÊ TEM A APRENDER COM AS ESTRELAS DO ROCK?

Segundo Malcolm Gladwell, jornalista, psicólogo e escritor canadense, as pessoas que desejam revolucionar os mercados a partir de suas ideias têm três elementos em comum com os grupos musicais de sucesso: a história, dez anos de trabalho e a inovação experimental


Quando refletimos sobre o que é o sucesso no meio empresarial, a maioria das pessoas pensa em organizações como Microsoft ou Apple. No entanto, qual é o processo de inovação que está por trás dessas companhias? Como seus líderes conseguem se projetar com suas ideias nos mercados internacionais. A receita do sucesso tem uma estreita relação com as experiências das bandas de rock famosas.


Para o escritor, jornalista e psicólogo Malcom Gladwell, um grupo de rock pode fazer história não só com sua música, mas também por sua capacidade de inovação. Para ele, que tem se referido a esses temas em suas aulas de inovação ao longo de sua carreira, um dos melhores exemplos é a experiência da banda inglesa Fleetwood Mac, criada no fim dos anos 1960.


Não é a primeira vez que de um grupo ou estrela musical se extraem lições de negócios, como liderança, marketing, gestão e inovação. No livro "Come Together: The Business Wisdom of the Beatles", Richard Courtney e Cassidy George refletem sobre os ensinamentos que uma banda como essa podem dar aos homens de negócios, que não só se baseiam em seus sucessos musicais, mas também em uma gestão exitosa que lhes permitiu ir mais longe e eternizarem-se na história. Tampouco se excluem estrelas atuais, como a cantora de pop Lady Gaga, que também é um caso de estudo em aulas de marketing.

Gladwell relaciona esses atributos com o que se tem que levar em conta no processo de inovação e que ele descreve assim: "empreendedores que querem mudar o mercado e bandas de rock têm três elementos em comum: a história, dez anos de trabalho e a inovação experimental".


Sucesso: mais que magia
A Fleetwood Mac foi uma das bandas de maior sucesso no mundo nos anos 1970. Entretanto, seus integrantes não conseguiram chegar ao topo de um dia para o outro. Por trás de tudo se esconde um trabalho árduo, como acontece com os inovadores. Isso é fundamental, pois para vários dos especialistas em temas de inovação o processo é quase tão relevante quanto a materialização de uma ideia brilhante.


"Algumas pessoas, quando refletem sobre as grandes ideias, acreditam que elas surgiram de uma hora para outra, consideram que há uma sorte mágica envolvida. Mas as coisas não são assim", destaca Gladwell, que exemplifica com um marco na carreira da Fleetwood Mac, que só depois de 16 anos de sua fundação produziu "Rumours", sua obra mais importante.


No vídeo abaixo, a Fleetwood Mac toca "Dreams", canção do seu álbum clássico "Rumours"


O mesmo aconteceu com Bill Gates. Embora tenha criado sua empresa aos 21 anos, começou muito antes a praticar programação no computador de um hospital de Seattle. "Gates treinava programação todos os dias, entre as duas e as seis da manhã.Junto a um amigo se deu conta de que essa era a única possibilidade que tinha de usar um computador e aproveitou as oportunidades. E precisamente nesse trabalho duro, nesse esforço que ele teve estava a chave para que mais tarde se convertesse em uma das pessoas mais inovadoras do mundo", enfatiza Gladwell.

Percorrer um extenso caminho está diretamente relacionado com a necessidade de errar, uma fórmula que contribui para as reestruturações necessárias, que Gladwell observa que também ocorrem nos grupos musicais, seja por mudanças de estilo ou inclusão de novos integrantes. Porque – assim como em uma empresa busca-se melhorar, ao longo de diferentes fases de inovação, uma série de aspectos que podem ser processos, produtos, serviços, tecnologias e modelos de negócios, entre outros – algumas bandas também precisam se modernizar e ir ao encontro de novos tempos ou necessidades de novos públicos, e isso faz mais sentido ainda quando tratamos de bandas que sobrevivem anos.


E no caso da Fleetwood Mac, antes de chegar ao estrelato, ela teve que enfrentar muitos momentos complicados. A quantidade de músicos que passaram pela banda foi impressionante. Entretanto, conseguiram converter suas fragilidades em fortalezas. "Essa banda não teria se projetado mundialmente se tivessem seguido uma rota direta para o sucesso. A gente deve entender que passa o mesmo em termos de inovação. É necessário que as pessoas conheçam suas debilidades e se sobreponham a elas", destacada Gladwell.

Um dos casos a que o escritor recorre para exemplificar como se pode tirar proveito das dificuldades é o dos "disléxicos bem sucedidos". "Os psicólogos diferenciam dois tipos de aprendizagem: o capitalizador e o de compensação. O primeiro é o que costumamos associar com o sucesso. No entanto, o segundo é mais eficaz que o outro. Esse é o utilizado, por exemplo, pelos disléxicos, que em sua maioria conseguem sucesso no meio empresarial, pois não só aprendem desde pequenos a delegar funções que eles não podem cumprir, como sabem resolver problemas, aprendem a se comunicar melhor e são bons líderes", afirma Gladwell.


Experimentalismo: o principal ingrediente da inovação

Até a Fleetwood Mac produzir "Rumours", passaram-se vários anos. Durante esse tempo eles não só melhoraram suas habilidades e se anteciparam às mudanças como também experimentaram. Um passo fundamental para sobreviverem e que é vital para empresas e executivos com a chegada de novas tecnologias, por exemplo, é aprender a usá-las e tirar algum proveito delas, sobretudo quando se dirige a um publica que as utiliza.


Segundo David Hills, existem dois tipos de pessoas criativas: os inovadores conceituais e os experimentalistas. Na primeira classificação poderíamos encontrar todos aqueles que em algum momento foram revolucionários com suas ideias. Na segunda estão os que, ao longo de suas carreiras, experimentam sem saber aonde vão, apenas sem sentindo que buscam extrair algo importante de seus trabalhos.


Em um ambiente complexo o sucesso depende de tomar ideias de campos distintos e nesse sentido é vantajoso ser um inovador experimental, capaz de evoluir e dar respostas a ambos os lados. Isso foi precisamente o que fez a Fleetwood Mac, que pode se renovar e fazer frente às mudanças do mercado.


"Definitivamente, nutrir a grandeza requer paciência. Se tivermos isso em mente, poderemos fazer algo importante", finaliza Gladwell.

Fonte: Administradores

POST 1736: CONSELHOS PARA O EMPREENDEDOR INICIANTE

Cinco anos fazendo parte de uma equipe de empreendedores, aprendi sobre gestão de equipes, cultura corporativa, marketing, sociedade. Quero compartilhar este conhecimento e ajudar empresários iniciantes que enfrentam desafios parecidos.


Em dezembro de 2006 eu estava começando a empreender, modelando meu primeiro projeto, aprendendo sobre investimento, mercado, sociedade, clientes, produto, serviço e marketing, e me apoiei intensamente nos meus pares, sócios e parceiros, tentando construir a melhor história possível. Uma das maneiras que tenho de retribuir o apoio recebido é me esforçar, como posso, em passar aos demais o conhecimento que construimos após muita batalha.

Escrevi esse texto para os empreendedores que estão começando, não os que ainda nem começaram (para esses, eu tenho o texto “Como criar uma startup de serviço na Internet”). O meu público-alvo é o empreendedor que já tem um projeto funcionando, está capitalizado de alguma maneira – seja por investimento, empréstimo ou primeiros clientes pagantes – e agora vai iniciar a empresa. Ou então, o empreendedor que já passou por esses primeiros passos e iniciou recentemente a empresa, mas ainda está nas primeiras fases de crescimento. Se você não se encaixa em nenhum dos grupos descritos, espero que leia mesmo assim e tire algum proveito do texto, afinal, conhecimento nunca é demais :)

“Prepare-se, será mais difícil do que você pensa, mas faremos dar certo”

Essa foi a primeira frase que um dos investidores da Monashees Capital me falou, durante o aperto de mãos que simbolizou o primeiro aporte financeiro recebido pela boo-box, em julho de 2007. É claro que ele estava certo. Acredito que ninguém está completamente pronto para fazer o que nunca fez, e empreendedorismo de alto-impacto exige que você faça algo inédito em pelo menos alguns aspectos.

Mas isso não quer dizer que você deva ser um maluco que sai fazendo coisas aleatoriamente, muito pelo contrário, o trecho mais importante da frase acima é o “prepare-se”. Sim, você deve se preparar como for possível: estudando muito seu mercado, seus clientes, os casos anteriores de empresas similares, cenários parecidos em outros países. Pode-se aprender em diferentes situações, com filmes, videogames, táticas militares, músicas, viagens, etc. Prepare-se! Toda a bagagem que você puder acumular será insuficiente e você precisará montar o avião em queda livre.

Vá para a borda do penhasco e salte. Construa suas asas durante a queda.Ray Bradbury no Brown Daily Herald (24 March 1995)

O mercado não tem sentimentos
No mercado brasileiro todas as pessoas são muito abertas ao “vamos falar”, “vamos marcar”, essas são quase sentenças obrigatórias após encontros inesperados em restaurantes ou bares, mas isso é fachada.

A verdade é que o mercado não tem sentimentos, não é seu amigo e não vai facilitar porque você está começando. Seu serviço precisa ser o melhor, seu discurso de vendas deve ser preciso e você vai falhar repetidamente até acertar todos os detalhes, mas não se preocupe, foi assim com todos antes de você.

Não minta, nem para você mesmo
Não adianta tentar enganar o cliente, ele não é bobo e, mesmo que não entenda do seu mercado especificamente, não vai pagar mais de uma vez por algo que não acrescente valor. E você quer os clientes recorrentes.

É importante ser sincero, principalmente consigo mesmo, se algo não está minimamente bom nem para você, não vá para o mercado apresentá-lo aos demais. Seja transparente com todos e leve ao mercado algo que te orgulhe. Não precisa ser perfeito, mas precisa ter valor, do contrário, a mentira (esse ser de pernas curtas) aparecerá e te envergonhará.

Seus sócios são seus melhores amigos, mesmo não sendo
São raros os empreendedores completos, com estratégia, produto, marketing, técnica, tudo em uma só pessoa. A maior parte de nós não tem todas essas capacidades desenvolvidas, mas você pode suprir isso com bons sócios.

Seu sócio será seu irmão, seu cônjuge, seu par em tudo. Deve haver cumplicidade e sinceridade total, e, mais importante: não podem haver segredos. Não deve haver nenhuma informação sobre sua empresa que você diria a um funcionário, amigo ou esposa, e não ao seu sócio, e esse comportamento deve ser mútuo. Ambos devem ter confiança total um no outro.

O menor sinal de desconfiança entre sócios pode gerar uma rachadura, muitas vezes irrecuperável, na estrutura da empresa. Eu tenho vários sócios, todos confiam uns nos outros e a comunicação é com total transparência, há inclusive diferentes reuniões onde a “roupa suja” é lavada abertamente.

Contrate rápido, demita mais rápido
O time é o ativo mais importante da minha empresa, foi esse o maior valor que criamos desde 2007. Para manter um time coeso e produtivo é preciso vencer vários desafios, o primeiro é contratar as pessoas certas para a empresa.

Em uma empresa de rápido crescimento, há recrutamento constante e os processos seletivos, por mais bem-executados que sejam, podem trazer para o time pessoas não preparadas para a função ou sem um bom encaixe na cultura da empresa.

Muitas vezes um profissional tem todas as características técnicas necessárias para uma função, além de um comportamento que funciona muito bem em vários tipos de empresas, mas não na sua empresa.

Quando qualquer incompatibilidade insolúvel é detectada, é importante ambos (você e o profissional) terem consciência que a “culpa” não é de ninguém e o melhor é fazer a transição do profissional o mais rápido possível.

Esteja pronto para demitir, não é fácil
Não é fácil demitir um profissional, você sempre pensa nos problemas pessoais de cada um, em como a pessoa precisa do emprego para pagar as contas ou manter os filhos. É muito importante separar bem os ambientes (pessoal e profissional), para conseguir demitir quando necessário e não manter na empresa pessoas e funções que não são essenciais.

Tenha em mente que todo profissional está sujeito a ser demitido e não há problema algum nisso, toda empresa contrata e demite constantemente e a sua não será diferente. Não há nada pessoal em uma demissão e a vida de ambos (profissional e empresa) continua. Muitas vezes é até melhor para o profissional recém demitido, que pode ser mais produtivo e feliz em uma empresa que use 120% de seu potencial, o fazendo crescer e ter uma carreira mais promissora.

Uma boa maneira de reduzir atritos é ajudar o profissional a se recolocar no mercado de trabalho, com indicações e suporte à transição.

Não contrate seus familiares ou amigos
Exatamente pela necessidade de separação entre os ambientes pessoal e profissional, eu recomendo que os empreendedores iniciantes não contratem familiares ou amigos. O excesso de intimidade pode atrapalhar o dia-a-dia e a produtividade, além de dificultar a demissão, o que pode te obrigar a ficar com um profissional desnecessário, e a eventual demissão pode acabar com um bom relacionamento pessoal.

Em empresas maiores esse cenário é mais fácil de lidar, há mais espaço para a gestão fria e o profissional não precisa estar subordinado a você.

É a cultura corporativa que vai manter seu time com você
Ao receber ofertas mais tentadoras de outras empreas, seus melhores funcionários vão colocar vários fatores na balança para decidir ou não pela mudança. Fatores como salário, benefícios, funções, carreira e localização contam, mas, de acordo com a minha experiência, o mais importante é a cultura corporativa.

A cultura da sua empresa se espalha pelo boca-a-boca do mercado, atrai os melhores para seu time, mantém a coesão de discurso e comportamento dos funcionários. Dentro de certos limites, a cultura te ajudará a manter os melhores, mesmo com ofertas mais tentadoras em localização, benefícios ou atividades.

Livros de auto-ajuda e cartazes nas paredes não são a cultura corporativa
A cultura corporativa é moldada diariamente pelo time, o empreendedor é um importante leme, mas não tem o controle total da situação. Se o time não quiser fazer cafés-da-manhã no escritório, o empreendedor não vai conseguir mudar isso sem estar obrigando as pessoas a comparecer, e nenhuma atividade obrigatória é legal. Se o time quiser fazer happy-hours com karaokê 1 vez por mês, isso vai se tornar um fator da cultura corporativa mesmo que o “chefe” não participe (meu caso :)

Isso é só o começo
Essas são apenas algumas dicas que consegui listar em uma noite de domingo. Obviamente há muito mais a ser adicionado e pode ser que eu o complemente com outros textos no futuro.

Que tal me ajudar? Que outras dicas você daria à um empreendedor iniciante que acaba de montar sua empresa e quer construir uma grande história?

FONTE: Marco Gomes

quarta-feira, 18 de julho de 2012

POST 1730: QUE TAL ILUMINAR UMA SALA INTEIRA COM APENAS UM LED?

Designer utiliza material reflexivo para criar lâmpadas virtuais.
Economizando luz com estilo (Fonte da imagem: Reprodução/PSFK)

O designer Todd Bracher se juntou à divisão de Arquitetura da 3M para conseguir desenvolver algo impressionante. Utilizando apenas um LED, eles foram capazes de realizar a iluminação de salas inteiras no salão Wanted Design, da Semana de Design de Nova York 2012.
Bracher utilizou formas convexas para espalhar a luz pelos ambientes. Para ajudá-lo, ele pode contar também com algumas novas folhas reflexivas desenvolvidas pela 3M, capazes de refletir até 98% da iluminação recebida.
Com isso, foi possível realizar uma multiplicação da única lâmpada "física" utilizada, criando-se, assim, vários LEDs virtuais por meio dos materiais apresentados pela 3M, que trabalharam como verdadeiros espelhos de luz.
Todd Bracher acredita que o design deve ser guiado pela razão e funcionalidade, ecoando, assim, na versatilidade da ideia de que o poder de uma luz pode ser o suficiente. O bom é que se você concorda com ele e deseja recriar isso em casa, além de ter um ambiente estiloso, conseguirá também economizar bastante em sua conta de luz no final do mês.

 
Galeria de Imagens

-





FONTE: Tecmundo

POST 1729: PEQUENO SUBMARINO CONTROLADO POR CELULAR FAZ VÍDEOS EM HD

Pequeno submarino faz imagens em HD e é controlado por tablet ou smartphone. Foto: Divulgação
Pequeno submarino faz imagens em HD e é controlado por tablet ou smartphone
Foto: Divulgação

A Aquabotix, uma empresa de tecnologia marinha, colou à venda o Hydroview, um pequeno submarino controlado por smartphone ou tablet que fotografa e faz vídeos em HD embaixo d'água. O dispositivo pesa pouco mais de 4 kg. O submarino é preso a uma caixa na superfície, que é quem recebe o sinal Wi-Fi, por um cabo de pouco mais de 20 metros de comprimento.
O aparelho possui LEDs para fazer imagens em ambientes de pouca luminosidade. Os vídeos e fotos são enviados diretamente para o smartphone, tablet ou notebook. O controle do equipamento é feito pela inclinação do celular ou tablet, além da navegação pela tela sensível ao toque.
A bateria do Hydroview dura cerca de três horas, segundo a fabricante. O pequeno submarino está à venda na loja online da companhia por US$ 3.395.

FONTE: Terra

POST 1728: ALEMÃ CRIA GUARDA-CHUVA QUE REPRODUZ MÚSICAS EM 8-BITS.

Com sensores e alto-falantes, o dispositivo reproduz sons toda vez que gotas de água o atingem.
Sair de casa na chuva nem sempre é algo agradável a todos. E foi para (tentar) melhorar isso — deixando o processo mais divertido — que a musicista alemã, Alice Zeppa, juntou um guarda-chuva, sensores, alto-falantes e muita fita adesiva.
O resultado foi um protótipo de guarda-chuva que reproduz músicas em 8-bits cada vez que gotas de água caem em sua superfície. Para mostrar o guarda-chuva tecnológico em funcionamento, Zeppa gravou o vídeo acima — que apresenta os sons reproduzidos pelo dispositivo. Você compraria um desses?

FONTE: Tecmundo

domingo, 3 de junho de 2012

POST 1705: COMBOIO DE VEÍCULOS SEM MOTORISTA RODA 200KM NA ESPANHA

Frota inteligente
Enquanto o Google começa a rodar com seu carro sem motorista nos EUA, na Espanha um comboio inteiro acaba de fazer com sucesso sua primeira jornada.
A empresa Volvo colocou nada menos do que dois caminhões e três carros rodando juntos, testando um sistema de comunicação veículo a veículo que permite que o comboio atue de forma autônoma e coordenada.

O primeiro caminhão era dirigido por um motorista, enquanto o segundo caminhão e os três automóveis vinham atrás, seguindo o líder de forma automática, sem motorista.
Isto representa um passo adiante em relação ao conceito de carro sem motorista, uma vez que, além de andar por contra própria, os veículos precisam se comunicar uns com os outros para que o movimento seja coordenado.

Siga o líder
O comboio percorreu 200 quilômetros de estradas normais na Espanha, como parte do projeto Sartre (Safe Road Trains for the Environment).
Fruto de um consórcio de empresas e universidades, com financiamento da União Europeia, o projeto pretende colocar carros sem motorista nas estradas em dez anos, na tentativa de evitar os acidentes automobilísticos.
Este é o primeiro teste da técnica "siga o líder" em estradas - a estrada estava com trânsito normal, não tendo sido fechada para o teste.
"Nós percorremos 200 quilômetros em um dia e o teste ocorreu sem qualquer incidente. Estamos realmente entusiasmados," disse Linda Wahlstrom, que coordenou o experimento.


Comunicação veículo a veículo
O sistema de navegação e comunicação veículo-a-veículo inclui câmeras, radares, sensores a laser e comunicação por rádio.
Os veículos no comboio usam o sistema para "imitar" o comportamento do veículo-líder através de um controle autônomo, acelerando, brecando e virando exatamente da mesma forma que o líder.
O comboio rodou a 85 km/h, mantendo uma distância de seis metros uns dos outros. Em pistas fechadas, o sistema já foi testado com sucesso com intervalos entre os carros de cinco a 15 metros.



FONTE: IT
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

MAPA DOS VISITANTES DO MASTER A PARTIR DE 06.02.2012

free counters

ORIGEM DOS ACESSOS AO MASTER DESDE 01.02.2011

free counters

You can replace this text by going to "Layout" and then "Page Elements" section. Edit " About "

MASTER Copyright © 2011 -- Template created by O Pregador -- Powered by Blogger