sábado, 5 de maio de 2012

POST 1631: A PRODUÇÃO SOCIAL ESTÁ REVOLUCIONANDO OS NEGÓCIOS. Por Don Peppers e Martha Rogers

Clientes que doam seu tempo, esforço e criatividade para apoiar as marcas que se relacionam criam um valor econômico significativo.
Se você já consultou a
Wikipédia , utilizou o browser Firefox, realizou uma chamada telefônica via Skype ou comprou ou vendeu alguma coisa no eBay , você foi envolvido na "produção social".

A produção social é apenas um modo como as pessoas podem se organizar para criar valor, ou realizar uma tarefa. Ao invés de pagar alguém para completar uma tarefa que contribui para um objetivo coletivo, como uma empresa faz, ou ordenar que alguém faça algo sob as penas da lei, como o governo faz, a produção social depende de pessoas que se voluntariam para realizar uma tarefa, em colaboração com outras pessoas. (Definições de produção social abundam. Só para começar, conheça sobre o termo de "
commons-based peer production " de Yochai Benkler, bem como Lawrence Lessig e Clay Shirky ).

Dar, partilhar e confiar
A produção social – seja baseada puramente no compartilhamento, cooperação ou em ações coletivas - só é possível porque as pessoas voluntariamente optam por participar. Elas "trabalham" sem receber pagamento, em colaboração com outros voluntários e - como a Wikipedia e o eBay demonstram - realizam importantes tarefas desta maneira.

No debate político entre esquerda e direita que tem dominado os últimos cem anos de discussão econômica - com a direita defendendo mais soluções de mercado livre e a esquerda apoiando maior regulamentação governamental - a produção social nunca foi considerada. Segundo Clay Shirky, a própria ideia teria parecido absurda porque a tecnologia simplesmente não estava disponível. Hoje, entretanto, tecnologias sociais e interativas permitem que muitos problemas e tarefas sejam abordados diretamente através da produção social, através de voluntários não remunerados. Além disso, a produção social está criando um imenso valor econômico, embora sua maior parte opere completamente fora do nosso tradicional sistema monetário de livre mercado, que gira em torno de ganhos, custos, impostos, investimentos e retornos.

Na economia mercantil em que as entidades com fins lucrativos operam, o que você paga determina o que você leva. Eu pago, e você me dá algo de valor. Eu posso ser o patrão lhe pagando um salário, ou um cliente que compra um produto ou serviço, mas de qualquer forma, nenhum de nós se voluntaria. Na economia mercantil, somos capazes de realizar tarefas mais complexas, dividindo o trabalho em componentes cada vez mais finos, trocando valor por valor, de tal forma que cada uma das partes se beneficie. É devido à maneira como a nossa economia funciona que você não tem de minerar a grafite para fazer o lápis que você usa.

Mas isso também não parece fora de linha para qualquer um de nós. Todos esperamos pagar por coisas que queremos. Quando você paga R$ 12,00 por um pacote com 12 latinhas de Coca-Cola Diet ao caixa do mercadinho, você não se sente lesado nem ressentido por ter lhe dado o dinheiro. Você já sabe que tem de pagar. Você nem sequer pensa em pedir ao caixa para lhe dar um refrigerante de graça.

Mas a produção social opera com um conjunto diferente de princípios, não baseada na negociação e venda, mas sim no compartilhamento e doação. Ao longo dos últimos anos, à medida que mais e mais pessoas se familiarizaram e participaram de várias atividades de produção social enviando, colaborando e se voluntariando, começamos a contar cada vez mais com a confiança nos negócios -- a capacidade de acreditar que ambos os lados irão cumprir o que prometeram. A confiabilidade - o ingrediente mais básico de qualquer interação - aumentou. Antes, a tarefa de policiar e classificar a confiabilidade estava nas mãos de poucas empresas - a Better Business Bureau, Consumer Reports, FDA, jornais. Agora, todo mundo participa e compartilha opiniões. Nós dividimos o trabalho de classificar e denunciar. Nós somos mais confiáveis, e confiamos mais.

Pessoas em todos os lugares sempre demostraram vontade em cooperar na resolução de problemas e criação de valor. O que mudou é que as tecnologias de hoje tornam mais fácil do que nunca se tornar voluntário - associando os esforços de cada um com os esforços de outras pessoas quaisquer, em qualquer lugar ao redor do mundo. De graça. Sem ter que viajar para uma reunião, assinar um documento físico, ou mesmo doar dinheiro. Uma matriz de diretório de serviços online já surgiu para facilitar esta entrega gratuita de tempo e esforço.

Existem centenas - talvez milhares - de exemplos de produção social online que estão criando um imenso valor, realizando tarefas que vão desde a revisão de livros digitais, a compilação de um banco de dados de receitas até o mapeamento da superfície de Marte ou a manutenção de um diretório de sites.

Como a produção social é possibilitada pela tecnologia, gera progresso e cria de valor, era inevitável que ela viesse para ficar. Você não pode pensar na produção social como um tipo de tendência ou modismo temporário, porque representa uma evolução estrutural da própria rede. A produção social, em outras palavras, está destinada a tornar-se um método cada vez mais importante para que os seres humanos se organizem a fim de criar valor ou realizar tarefas. E se você toca um negócio, isso significa que milhares ou milhões de voluntários estão observando e falando sobre você.


FONTE: 1TO1

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