quinta-feira, 14 de abril de 2011

MERCADO LIVRE. LIVRE CONCORRÊNCIA por Rodolfo Araújo.

Na década de 1980 era proibido importar determinados produtos, como automóveis e computadores. Outros, como ocorre até hoje, sofriam uma pesadíssima tributação - o que, na prática, funcionava como uma proibição branca.

A justificativa para esta afronta ao livre comércio era proteger a indústria local de concorrência predatória dos importados permitindo, ao mesmo tempo, que ela se desenvolvesse e ajudasse no progresso do país.

Hoje isso até faz sentido num mercado globalizado, mas 30 anos atrás não havia luz elétrica na China e na Índia o transporte era feito por carros de boi.
O que os legisladores burocratas não previram é que este tipo de regulamentação funciona em qualquer parte do mundo - exceto no Brasil.

A falta de um concorrente externo, em vez de estimular a criação tupiniquim, apenas agravou nossa preguiça tropical. Com o monopólio garantido por lei, a indústria nacional parou no tempo. E elevou os preços.

O resultado disso é que nosso referencial de preços foi irremediavelmente afetado e nos acostumamos a tudo ser absurdamente caro aqui, em comparação com os preços lá fora. Achamos normal pagar R$ 1.800,00 por uma câmera fotográfica que custa US$ 270,00. Não reclamamos de um carro custar aqui o dobro do que se paga nos EUA ou na Europa.

Um efeito colateral disso é que os serviços também ficam absurdamente caros. Um técnico teve a coragem de me cobrar R$ 140,00 para trocar o LCD da minha câmera. Fora a peça em si, custa R$ 375,00, mas em qualquer site de eletrônicos lá de fora sai por menos de US$ 30,00. Só que para ser autorizado pelo fabricante, ele tem que pagar o preço abusivo do fabricante (que começa com Pana e termina com sonic).

Duas aberrações:

1. Um semianalfabeto manuseando um ferro de solda numa loja fedorenta na Zona Sul de São Paulo cobra o equivalente a uma consulta de um neurocirurgião;

2. Enquanto a diferença de preços for de 680%, aumentar o IOF de 2,38% para 6,38% não vai nem fazer cócegas.

Se este aumento de imposto não serve para reduzir os gastos no exterior, dada a disparidade de preços entre aqui e lá fora, para que serve, então?

Rodolfo Araújo
Mestre em Administração pela PUC-RJ; Pós Graduado em TI pela FGV-RJ; Bacharel em Comunicação Social pela UFRJ.
Mais de Rodolfo AQUI.

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