sábado, 4 de fevereiro de 2012

POST 1308: PIXAR E A REINVENÇÃO DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA

Não há como dizer que existe empresa de animações cinematográficas tão influente quanto a Pixar. A produtora que surgiu para o grande público em 1995, com “Toy Story”, aumentou o valor de suas ações de maneira exponencial e a cada novo lançamento, conquista mais fãs e arranca suspiros por todas as salas de cinema em que seus filmes são exibidos.

O grau de detalhes e realismo utilizados em seus longas e curtas-metragens pode ser considerado uma revolução. Pode-se dizer também que a Pixar é base para as diretrizes das outras empresas, como DreamWorks e Fox. Mas você sabe como tudo isso surgiu? Acompanhe este artigo para entender o segredo de tamanho sucesso.

A história de uma contadora de histórias

Iniciando suas atividades como uma empresa filiada à LucasFilm (de George Lucas), a empresa chamava-se Graphic Group e era dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento de softwares de computação gráfica que seriam utilizados em outros filmes de Lucas. Alguns dos principais são “Star Trek II” e “Young Sherlock Holmes”.

Um pouco de Maçã: Steve Jobs entra na história

Em 1986, esta empresa foi vendida para Steve Jobs (da Apple) por apenas 10 milhões de dólares. Foi então que a Pixar ganhou este nome, em homenagem ao ato de criar pixels, mas ainda nesta época, a especialidade era a criação de hardware específico para computação gráfica, como o Pixar Image Computer.



Para incentivar as vendas do produto, John Lassetter (funcionário da empresa) passou a criar pequenas animações e demonstrar como era eficiente o material apresentado. Depois de algum tempo, uma reestruturação na Pixar fez com que ela passasse a utilizar o material produzido, não mais tentar vender.

Após firmar um contrato com a Disney, começou a luta para a montagem de três filmes que analisariam a força dos produtos Pixar, somados ao nome Disney. Assim, em 1995 surgiu o longa-metragem que revolucionou o cinema e levou a computação gráfica para patamares jamais imaginados: “Toy Story”.



 
O segundo filme da parceria era “Vida de Inseto”, lançado em 1998 e concorrente de “FormiguinhaZ” da DreamWorks, ficando atrás do rival em bilheteria e arrecadação. O último filme da parceria foi a segunda parte de “Toy Story”. Assim como aconteceu com o primeiro, foi sucesso de bilheteria, arrecadando 485 milhões de dólares.

O surgimento de um monstro

Em 2001 chegou às telas “Monstros S.A”, que além de conquistar mais de 500 milhões de dólares, também levou o primeiro Oscar para a casa da Pixar. Depois disso, só vieram sucessos arrasadores: “Procurando Nemo”, “Os Incríveis”, “Carros”, ”Ratatouille”, “Wall-E’, “Up” e a terceira parte de “Toy Story”.



 
Você se lembra que, no começo deste artigo, dissemos que Steve Jobs comprou a Pixar em 1986 por míseros 10 milhões de dólares? Vinte anos depois, a Disney adquiriu a empresa por um valor um pouco mais alto: 7,4 bilhões. Isso transformou Steve Jobs em maior acionista individual da Disney.

Poucos projetos, muito sucesso!

É importante notar que a Pixar não é uma empresa com muitos filmes de sucesso, são apenas 11 sucessos de bilheteria (de “Toy Story” 1 ao 3). Mas é ainda mais importante perceber que isso representa 100% de aproveitamento. O segredo é a dedicação a projetos isolados. Os filmes são criados por equipes direcionadas a fazer obras de arte.



Apenas um longa-metragem pode ser lançado por ano e também há anos em que nada é lançado. A Pixar não faz apenas filmes, a Pixar faz dinheiro. Todos os filmes são estendidos às prateleiras de lojas de brinquedos por anos e rendem lucros para a produtora por muito tempo, além das bilheterias.
Por isso a dedicação. Cada personagem deve ser pensado da maneira mais carismática possível, pois deve agradar às crianças e também aos pais. Correndo por fora também estão os vários curtas-metragens da empresa, estes mais frequentes do que os longas. Difícil encontrar um verdadeiro fã de animações que não se apaixone pelas pequenas histórias.


O processo de animação

Para se criar uma animação, não basta possuir um computador com softwares avançados e uma ideia na cabeça. São vários os passos realizados antes de os roteiros começarem a tomar forma. Confira quais são esses passos e entenda a complexidade que envolve a montagem de uma animação com a qualidade que só a Pixar oferece.


Nasce uma ideia

Algum funcionário da empresa tem uma ideia para um filme (seja de longa ou curta-metragem). Essa ideia é levada ao conselho da empresa para que sejam avaliadas as possibilidades comerciais (merchandising é um ponto muito importante para a Pixar) e artísticas da ideia.

Caso seja aprovada, a ideia é levada às equipes de projetos da produtora para que sejam elaborados roteiros mais complexos do que os esboços aprovados. Importante lembrar que a Pixar trabalha com, no máximo, dois projetos ao mesmo tempo. Por isso as equipes ficam realmente dedicadas aos filmes.

Há casos em que um mesmo trecho da história é criado de várias maneiras diferentes. Todas elas são estudadas e analisadas profundamente, visando encontrar um modo de encaixar as cenas perfeitamente. Além de fazer sentido com o que já ocorreu, é de suma importância que sejam pensadas maneiras de ater a atenção do público para acontecimentos posteriores.

Storyboards e dublagem

Antes de qualquer desenho trabalhado e animação em computadores, os personagens e cenas são esboçados em storyboards. Desenhados à mão, são como histórias em quadrinhos que realizam o papel de transição entre roteiro escrito e animação gráfica.

Mesmo sendo apenas esboços, os storyboards não são nada pobres artisticamente. A razão disso é que são os storyboards que darão as instruções mais importantes para os animadores. Diferenças no humor e na expressão corporal ou facial, movimentos e até mesmo trejeitos de cada um são representados nesses storyboards.


Algumas empresas são conhecidas por utilizarem atores consagrados em suas dublagens, o que faz com que o público identifique-se e seja conquistada pelos personagens mais facilmente. A Pixar até faz isso em alguns filmes, mas não utiliza os nomes dos dubladores como carros-chefes das obras.

Todos os atores envolvidos gravam várias vezes as mesmas linhas de voz, de maneira livre e com várias entonações. Depois são escolhidas as que ficarem melhores para fazer parte dos filmes, garantindo ainda mais qualidade e chances de sucesso para as películas.

Edição e arte iniciais

No Brasil, este passo é chamado de “Monstrinho”. Isso porque as primeiras edições ainda não trabalham com nada animado, mas apenas com os sons (trilha sonora e dublagem) e as imagens do storyboard. Dessa forma, é possível saber se as histórias funcionam no formato desejado e no tempo definido.


Após as aprovações anteriores, é necessário começar a colocar cores nos desenhos. Grande parte deles é feita com pastéis, pois dessa forma torna-se possível simular a iluminação de cada cena.

Modelagem e texturização

Com os desenhos coloridos, começam a ser criados os modelos para a animação. As movimentações são todas feitas com modelos “aramados”, antes de as texturas serem aplicadas da maneira que vemos nos cinemas. Segundo a Pixar, há personagens que chegam a possuir centenas de “dobradiças” para movimentação e expressão.

Modelos prontos e história definida. Chega a hora de cobrir os seres de arame com texturas. Os designers obedecem às ordens dos diretores, que dão suas opiniões acerca das localizações mais indicadas para cada objeto e também para os personagens, sempre buscando criar ambientes mais agradáveis e condizentes com as situações.

Simulando um estúdio

Dentro dos softwares de animação, são criados estúdios virtuais. É isso que faz com que os filmes da Pixar não sejam apenas animações com plano estático. Os filmes são feitos como se fossem criados com atores reais, utilizando closes, angulações e efeitos que simulam a produção de uma obra hollywoodiana.


É por isso que o papel dos animadores é tão importante. Eles trabalham como se fossem atores e devem coreografar as cenas para deixar evidentes as expressões e pensamentos dos personagens. Exemplos clássicos são as expressões corporais do cowboy Woody, nos filmes “Toy Story”.

Um detalhe importante das animações da Pixar está relacionado à iluminação individual dos objetos. Todos os personagens possuem detalhes de luz e sombras individuais, garantindo mais fidelidade aos cenários e mais realismo às histórias.

Renderização e finalização

Renderizar um filme não é uma tarefa fácil e é nesse ponto que surgem os principais computadores da Pixar. Mesmo com uma enorme ilha de máquinas dedicadas para apenas essa função, há frames (sim, quadros de 1/24 segundos) que levam até 90 horas para serem renderizados por completo. A grande maioria dos frames é mais simples e leva cerca de “apenas” seis horas para isso.

Por fim, os editores adicionam as vozes, os efeitos e as trilhas sonoras ao filme. Assim, chega ao fim o processo de animação da Pixar. Pode não parecer, mas aquelas duas horas em que estamos nos cinemas representam muitas horas de trabalho de uma equipe competentíssima.


Próximos lançamentos

Ainda em 2011, chega às salas de cinema de todo o mundo a continuação do aclamado “Carros”. Assim como aconteceu com as sequências de “Toy Story”, é bem provável que os fãs notem melhorias significativas nos gráficos (que já eram excelentes). Mater e McQueen voltam às telas para mais aventuras.

Para o ano que vem, outra continuação. Ainda sem informações concretas sobre o roteiro, “Monstros S.A 2” deve voltar a apresentar Sulley e Mike em aventuras surpreendentes com a pequena (que talvez tenha crescido) Boo.

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Você já conhecia o processo de criação da Pixar? Sabia que ela pertencia a Steve Jobs? Deixe um comentário para contar o que achou de nosso artigo.


 
FONTE: TECMUNDO 

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