sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

POST 1297: A QUEDA DOS GIGANTES E A METÁFORA DO SAPO. Por Marcelão

Pessoal,

No mês passado [obs: esse texto é de outubro de 2010 mas muito atual] a Blockbuster anunciou seu pedido de concordata nos Estados Unidos (a Blockbuster no Brasil, cujos direitos de exploração da marca pertencem às lojas Americanas, não foram atigidas pelos efeitos da concordata). Um dos motivos para as dificuldades enfrentadas pela empresa é o crescimento de empresas de aluguel de filmes com delivery e serviços de streming de vídeo.

Com a tecnologia disponível nos nossos lares nos dias de hoje é previsível que o negócio de locação de filmes tende a mudar. Os que não se reinventarem tendem a seguir caminho semelhante ao da Blockbuster americana. O curioso é pensar como uma empresa controlada por gigantes da área de comunicação não se antecipou a essas mudanças.

Sempre que leio casos como esse da BlockBuster em que empresas não percebem as mudanças que surgem no ambiente de negócios, lembro da metáfora do sapo. Se você colocar um sapo vivo dentro de uma panela com água fervendo imediatamente ele saltará em fuga, pois ele percebe a ameaça imediatamente na sua própria pele. Porém, se você colocar esse mesmo sapo em uma panela com água fria e for esquentando-a gradativamente ele morrerá cozido, pois o sapo – assim como nós – não percebe as mudanças ocorridas no seu ambiente.

Vamos imaginar o que se passa na cabeça do sapo enquanto água está esquentando fazendo uma associação com o modelo dos 5 estágios de queda das empresas propostos por Jim Collins no seu livro “Como as Gigantes caem?”:

Estágio 1 – O excesso de confiança proveniente do sucesso
  • 28o – Humm, estou tão bem!
  • 30o – Alguma coisa está estranha, mas eu sou um sapo e me adapto fácil.
  • 32o – Conheço tudo e sei que vou me dar bem.

Estágio 2 -A busca indisciplinada por mais
  • 33o - Quer saber? Posso aguentar mais. Consegui aguentar até aqui e posso aguentar mais;
  • 35o – Vou expandir minha ocupação;

Estágio 3 – A negação de riscos e perigos
  • 36o – Ué! Que está havendo? Estou me sentindo desconfortável.
  • 38o- Estou sentindo um calor…
  • 39o-Não estou me sentindo nada bem.
  • 40o – Acho que estou ficando estressado.
  • 42o- É, realmente estou me sentindo mal. Acho que vou esperar um pouquinho para ver se eu melhoro.

Estágio 4 – A luta desesperada pela salvação
  • 43o- Ih! Não estou nada melhor. O que será que está acontecendo,em?
  • 44o-Se continuar assim vou tomar uma providência inovadora. Vou arrebentar no mercado.
Estágio 5 – A entrega à irrelevância ou à morte
  • 46o – Apesar de todo o conjunto de inovações, nada dá certo.
  • 48o- Eu devia ter agido antes e resgatado o simples, agora é tarde. Estou sem forças, desanimado.
  • 48o- Sapo fervido. Morreu sem, ao menos, saber o que o matou!

O sapo, por ser um anfíbio, é um animal que mantém a temperatura interna de corpo igual a temperatura do ambiente em que está.

Existem duas perspectivas a serem consideradas na vida: a interna ou absoluta, aquela que você se compara a você mesmo e a externa, relativa ou ambiental, quando você se compara ao meio ambiente. Como o sapo só se utiliza da interna, vai se melhorando, se ajustando até que chega ao limite da sua capacidade e morre. É um bom comportamento só não é suficiente.

A metáfora do sapo ilustra um padrão de comportamento que muitos profissionais têm frente ao tipo de mudanças que ocorrem no mundo corporativo atualmente. As pessoas ou organizações que usam deste pensamento costumam dizer:

- Ah, aqui sempre foi assim! Para que mudar?

- Ih, melhoramos muito! Você precisava ver como éramos antigamente.

No mundo de hoje, onde as mudanças são cada vez mais frequentes, devido a velocidade com que a informação circula pelo mundo, quem só olha para o próprio umbigo, não as percebe, e como o sapo, não sobrevive.

A pessoa busca resolver novos problemas usando os mesmos métodos e recursos que davam certo com os antigos problemas. Einstein já dizia: “Os problemas significativos com os quais nos deparamos não podem ser resolvidos no mesmo nível e estado mental em que estávamos quando eles foram criados”.

Muitas vezes os sinais da mudança estão escancarados na nossa frente, mas teimamos em ignorá-los, e continuamos trabalhando para nos ajustarmos, se espremendo, fazendo economia, cortando investimentos, sacrificando o futuro da empresa em troca do presente e não percebemos que está na hora de mudar, encontrar um novo caminho, desenvolver novos, recursos e métodos.

É preciso entender que muitas vezes chegamos ao ponto de ter de decidir se ficamos no bem bom ou arriscamos saltar para fora da panela, sem que se tenha certeza absoluta de onde vamos pousar. Contudo, quem não arrisca não petisca.
Por essa razão é que são precisos novos mapas para navegar novos mundos.
Um abraço.
“Keep the Faith”


Marcelo de Souza Bastos, o Marcelão.
Formado em ciência da computação pelo Uniceub em Brasília e MBA em planejamento e gestão empresarial pela Universidade Católica de Brasília.
Mais de Marcelão AQUI

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