domingo, 3 de junho de 2012

POST 1725: TEORIA DOS NEGÓCIOS – SERÁ QUE SABEM? - DOIS CASOS PRÁTICOS. Por Miguel Zacarias Neto

HEWLETT-PACKARD Vs TEXAS INSTRUMENTS
David Packard em 08 de março de 1980 preparou um discurso para seus funcionários, pois estava preocupado com a capacidade da HP em desenvolver talentos gerenciais de alta competência como elemento-chave para o funcionamento de sua empresa, considerando que a revolução eletrônica colocara sua empresa numa incrível trajetória de crescimento.
Depois de dar boas vindas aos funcionários, começou seu discurso:

“Eu quero discutir por que uma empresa existe. Em outras palavras, por que estamos aqui?
Acho que erroneamente muitas pessoas supõem que uma empresa existe para simplesmente ganhar dinheiro. Ao mesmo tempo em que isto é importante, temos de ir mais fundo e descobrir quais as verdadeiras razões de nossa existência.
Ao investigar isto, chegaremos à conclusão de que um grupo de pessoas se une e passa a existir como uma instituição a que chamamos de empresa a fim de atingir alguma meta em conjunto, algo que não conseguiram fazer separadamente.

Você olha em volta, no mundo dos negócios em geral e vê pessoas que estão interessadas em dinheiro e nada mais, mas os impulsos subjacentes vêm basicamente de um desejo de fazer algo mais, um produto, prestar um serviço, fazer algo de valor.
Portanto, com isto em mente, vamos discutir por que a HP Company existe. “O verdadeiro motivo de nossa existência é fornecer algo singular, que contribua de alguma forma”.

As pessoas que trabalhavam com David descrevem seu estilo como prático, direto, com postura de “arregaçar as mangas e botar a mão na massa”.
Ele deixou bem claro que a HP Company deveria ser gerenciada “em primeiro lugar para dar uma contribuição à sociedade” e que a “principal tarefa é projetar, desenvolver e fabricar os melhores equipamentos eletrônicos para o progresso da ciência e o bem estar da humanidade”.

A Texas Instruments 
A TI não possui tal tipo de declaração, não se encontrou indícios de que sua postura não fosse somente “ganhar dinheiro”.
A TI se define quase que exclusivamente em termos de tamanho, crescimento e lucratividade, mas muito pouco em termos daquilo que David Packard chamava “o porquê do negócio”.
Em 1949 Pat Haggerty, presidente da TI deu a sua “sentença” para a TI; “Nós somos uma boa pequena empresa, agora temos de nos tornar uma boa grande empresa”. Esta preocupação obsessiva por tamanho e crescimento é muito pequena quando comparada ao porque existe.
As pesquisas comprovaram que todas as metas corporativas da TI, contrário das da HP, eram puramente voltadas para o crescimento econômico financeiro.

Ler, comparar, destacar os fundamentos de negócios de ambas e discutir suas conclusões.

Pois é, pessoal.
Falar, escrever sobre negócios é “moleza”, tá cheio de gente verbalizando, digitalizando, “artigando” sobre este assunto.
Mas afinal, qual a definição deste modelo de atividade, tem tanto, mas tanto por ai, que se “chacoalhar” não sobra nenhum certo.
Sabem por que? Tudo é cópia, modismo versado ou traduzido, porque “lá” onde foi criado vem junto na “bula” um ingrediente que aqui não é praticado, “pularam”, “omitiram”.
O ingrediente é a conjugação necessária e fundamental para os executivos aplicarem devidamente, este conceito em suas empresas.
Junto com ele devem-se agregar mais três componentes; visão, meio ambiente e talento.
Pronto, agora sim, complicou e sabem por que, para conjugar estes três é preciso abrir mão da centralização, da verticalização, do “eu já sei de tudo”, do “sempre deu certo, pra que mudar”, “estamos indo bem, não precisa dessas coisas” e assim por diante, citações semelhantes que vocês, leitores já devem ter ouvido pessoalmente ou algum amigo já lhes contou que na empresa dele isto, de fato, acontece.


Vejamos alguns números:
·         63.2% dos dirigentes deste pais administram suas empresas por improviso.
·         90,0% das empresas no país são de origem familiar.
·         60% do PIB Brasil vem das empresas familiares.

Isto quer dizer que destes 90,0%, temos 56,9% despreparados para compreender o conceito de negócio, imagine se adentrarmos em aspectos, como endocultura (versão correta para endomarketing), comunicação organizacional, formação estrutural horizontalizada e assim por diante.

Vejam ainda que há estudantes de nível de graduação que passam por mim, em minhas salas de aula, inclusive em último ano de faculdade ou um pouco menos que nunca montaram na prática um plano de marketing. Um absurdo;  não é não, é verdade. Há muitos anos tenho tentado consertar isso; não vou parar.

Imaginem então remover as teias de aranha da cabeça deste contingente de “empresários” de que para implementar posicionamento de negócio é fundamental, antes, reposicionar sua visão em relação ao meio ambiente externo e complementar com desenvolvimento de talentos e competências.

Este ângulo pelo qual descrevo fatos é um, mas ao mesmo tempo em que reflete incompetências nos dá ânimo para concentrar esforços, pois estas situações são as ameaças que simultaneamente são oportunidades.

Já imaginaram o quanto poderiam contribuir a maior para o PIB ao se profissionalizarem um pouco mais, mas para isto teriam de abrir mão das resistências culturais.

Para dar mais certo do que errado e reduzirmos o tempo de absorção é preciso, que vocês, da nova geração Y e Z mudem estes padrões, demonstrem suas habilidades e competências trabalhando, estudando, pesquisando, lendo, “furungando” tudo que puderem para reverter às estatísticas que mencionei acima.

Tá cheio, mas tá cheio de empresas por ai com aqueles quadrinhos pendurados em todas as paredes de todos os departamentos com frases bonitas sobre “negócio”, “missão” e “valores e ou princípios”. Certo, bonito, mas aqui vai uma pergunta – Quantas vezes os líderes destas empresas desceram de suas cadeiras, pelo menos duas vezes ao ano para pesquisar se estes elementos estão de fato sendo implantados em suas empresas?

Quantas vezes fizeram ou mandaram fazer uma pesquisa de satisfação ou opinião sobre o quanto seus funcionários estavam, de fato, praticando os valores e ou princípios estabelecidos. Quantas vezes fizeram avaliações de desempenho de seus gestores para identificar se estão promovendo endocultura em suas organizações?

Há por ai no mundo dos negócios grandes propostas que avaliam tais circunstâncias e logo em seguida propõem mudanças, ajustes, adaptações a novos perfis de comando nas organizações, como por exemplo, o Modelo de Excelência da EFQM – European Foundation for Quality Management (http://www.efqm.org/partnership_distribution/npo_details.htm.) entre tantas outras, pesquisem, pesquisem, “furunguem” “furunguem”, sejam detetives, inovem, mudem.




Miguel Zacarias Neto
Graduado em Economia, Especialização pela Fundação Brasileira de Marketing.
Pós-Graduado em Administração Mercadológica pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Professor da Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves, entre outras instituições de ensino superior. Diretor da Marketing & Associados Consultoria Empresarial.
Mais de Miguel Zacarias Neto AQUI

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