quinta-feira, 3 de maio de 2012

POST 1603: MARCO STEFANINI: O EMPREENDEDOR QUE NÃO TEM MEDO DE CRISES

Com o crescimento econômico do Brasil, uma série de companhias nacionais tem conseguido nos últimos anos ocupar espaços cada vez mais importantes no mercado internacional.

A Stefanini, multinacional brasileiro do setor de tecnologias da comunicação e informação, é um exemplo claro disso. Com 24 anos de experiência, a companhia já está presente em 28 países e foi reconhecida recentemente pela revista Fast Company como uma das empresas brasileiras mais inovadoras.

Além disso, na edição deste ano da CeBIT, feira internacional do mercado digital sediada em Hannover, na Alemanha, o fundador e presidente da companhia, Marco Stefanini, foi um dos três empresários convidados pela organização do evento para um encontro com a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã Angela Merkel.

Em entrevista exclusiva ao Administradores.com, Marco – cuja trajetória já rendeu até um livro (a biografia "O filho da crise", escrita por Rogério Godinho) – fala sobre o início da carreira, as dificuldades que enfrentou e como conseguiu consolidar sua companhia como uma das mais importantes do Brasil.


Você entrou para o mundo dos negócios num tempo em que o Brasil vivia uma das suas piores crises (final dos anos 1980) e, mesmo assim, conseguiu sair daquela turbulência com êxito, tornando seu empreendimento um dos mais bem sucedidos do país. Qual o segredo?
Acho que é enxergar a crise como uma oportunidade de crescimento. Essa sempre foi a visão da empresa. Tanto que o período em que mais crescemos na última década foi justamente 2008 e 2009, também dois anos de crise.


No começo da sua carreira, a dúvida sobre que profissão seguir o perturbou por algum tempo. Como você acabou indo parar no mercado de TI?
Na época em que me formei o país vivia uma das piores crises da sua história e um mercado que se mostrava promissor quando iniciei a faculdade de Geologia acabou sendo profundamente afetado pela crise. Consequentemente, pela escassez de emprego na época, acabei optando por participar de um processo do Bradesco que recrutava alunos da área de exatas para treiná-los na empresa e atuarem na área de tecnologia do banco.


Antes de entrar para o setor de tecnologia, você teve experiências na sua área de formação, a geologia, e também como professor. Como as experiências em outros segmentos contribuíram para o seu sucesso no mercado de TI?
A Stefanini surgiu como uma empresa de treinamento e a experiência de professor agregou muito.


Para quem começou a trabalhar com informática no tempo do CP-300 e hoje tem de lidar com a multiplicidade de dispositivos na era da hiperconexão, inovar para adaptar-se, sem dúvidas, tem sido regra. Como a Stefanini evoluiu ao longo desse período?
Acompanhando as tendências e alinhando a atuação da empresa com as necessidades dos clientes. O olhar atento às necessidades de negócios da empresa nos deu expertise para buscar na tecnologia uma solução que ajudasse nossos clientes a atingirem suas metas. Esse viés se aprimorou ao longo dos 25 anos de história da Stefanini e se refletiu nas relações de longo prazo e confiança que mantemos com a nossa base de cliente.


Hoje a Stefanini é a segunda empresa brasileira mais globalizada. Em um cenário de crise como o que vivemos atualmente, isso traz mais riscos ou segurança?
Isto traz muito mais segurança, sem dúvida. Também, é claro, que traz mais complexidade na gestão e operação da empresa.


Mesmo com metade do planeta em crise, o Brasil vive uma fase de extremo otimismo, do ponto de vista econômico. Qual a sua avaliação da economia brasileira para os próximos anos?
Muito positiva. Hoje, o Brasil tem perspectiva como nação e isto me deixa muito satisfeito como cidadão. Apenas devemos ter cuidado em nos mantermos humildes e focados em resolver nossos problemas (que ainda são muitos).


E tratando do seu segmento em específico, qual deve ser o papel do mercado de TI nos próximos anos, no Brasil?
TI é fundamental para qualquer país que queira aumentar sua produtividade e competitividade a nível global. A TI brasileira pode exercer bem este papel desafiador.


No ano passado, você participou do fórum de CEOs Brasil/Estados Unidos que aconteceu em Brasília. Daquele encontro saiu um documento assinado pelos executivos com sugestões para os governos sobre temas que vão da infraestrutura à inovação. Qual o papel que você acredita que os administradores devem ter no desenvolvimento e na aplicação dessas propostas?
O nosso papel no CEO Forum é debater entre os CEO e formular sugestões aos governos, medidas importantes para a melhoria do ambiente de negócios dos dois países. Temos apenas um papel consultivo.




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