Para a elaboração de um projeto de pesquisa com
tema e delimitações já determinados o próximo passo é a coleta de dados e
informações as quais estudaremos a seguir.
1 Utilização
de documentos
A coleta de dados pode ser através de dados
impressos como jornais, revistas, arquivos históricos, livros, diários, dados
estatísticos, biografias.
Para Gil (1995, p. 158) as fontes escritas na
maioria das vezes são muito ricas e ajudam o pesquisador a não perder tanto
tempo na hora da busca de material em campo, sabendo que em algumas
circunstâncias só é possível a investigação social através de documentos.
2 Entrevista
As entrevistas são largamente usadas em pesquisa de
mercado, de opinião pública. Existem vantagens e desvantagens na coleta de
dados através de entrevistas em relação à remessa postal de um questionário,
conforme Oppenheim (1993) o uso de entrevistadores é necessário quando há no
questionário uma série de perguntas abertas e é fundamental escrever as
respostas nas palavras do investigado.
Algumas vantagens da entrevista são que
possibilitam a obtenção de dados referentes aos diversos aspectos da vida
social; é uma técnica muito eficiente para a coleta de dados em profundidade
acerca do comportamento humano; os dados obtidos são suscetíveis de
classificação e de quantificação. Por outro lado, as desvantagens são: a
inadequada compreensão do significado das perguntas; o fornecimento de
respostas falsas; a influência da presença do entrevistador; os custos com
treinamento de pessoal para a aplicação das entrevistas entre outras.
A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados
mais usada no âmbito das ciências sociais como, por exemplo, os psicólogos,
sociólogos, pedagogos entre outros. Alguns autores citam a entrevista como o
método fundamental de investigação nos mais diversos campos e pode-se afirmar
que parte importante do desenvolvimento das ciências sociais nas últimas
décadas foi obtida graças à sua aplicação.
As entrevistas podem ser classificadas em quatro
tipos, a entrevista informal que é a menos estruturada por parecer uma
conversação, mas se diferencia por ter o objetivo básico de coletar dados; a
entrevista focalizada que é tão livre quanto a anterior, mas tem como enfoque
um tema específico; a entrevista por pautas que apresenta um grau de
estruturação, pois as pautas têm relação uma com a outra e devem ser guiadas
pelo entrevistador para realmente haver as relações entre si e; a entrevista
estruturada que como já diz pare de uma continuação de perguntas fixas e que
são geralmente em grande número.
E por fim, a entrevista, indiferentemente do
tipo, devem ser encerradas da forma mais cordial possível, pois o entrevistado
não ganha nada pela entrevista e em algumas situações há a necessidade de mais
de uma entrevista por isso a necessidade de se tratar bem o interrogado.
3 Questionários
É o método mais usado em pesquisa qualitativa,
principalmente em pesquisas de grande escala, como as que se propõem levantar a
opinião política da população ou a preferência do consumidor.
Como toda técnica, os questionários, tem suas
vantagens e suas limitações, atingirem um grande número de indivíduos mesmo que
em regiões afastadas uma das outras, gasto zero com pessoal qualificado para
aplicar o questionário porque não é necessário o treinamento dos pesquisadores,
permitirem que as pessoas respondam ao questionário na hora que determinarem
oportuna, garantir o anonimato das respostas, são algumas das vantagens de se
fazer um questionário para a obtenção de dados.
Por outro lado, os questionários não permitem que
as pessoas que não saibam ler e escrever respondam as questões causando assim,
algumas deformações nos resultados da pesquisa, impedem também que o informante
tire dúvidas de entendimento nas questões pelo fato de o pesquisador não estar
presente, os questionários possuem um número relativamente baixo de questões,
pois é sabido que os questionários com número extenso de perguntas são
cansativos e muitas vezes não são respondidos totalmente.
Após, de o questionário ter sido redigido e antes
de ser aplicado definitivamente no público ele deverá passar por um pré-teste
para assegurar que esteja bem elaborado, sobretudo sobre a sua clareza e
precisão de termos, forma de questões, desmembramento das questões, ordem e
introdução do questionário.
4 Formulários
Para Vergara (2000, p. 55), os formulários são um
meio-termo entre entrevista e questionário, mas, como no questionário o
formulário também é apresentado por escrito, mas é o pesquisador que assinala
as respostas dadas oralmente pelo respondente.
5
Observação
A observação é o instrumento básico de coleta de
dados em todas as ciências, sendo importante para a construção de qualquer
conhecimento.
As modalidades de observação que são empregadas na
investigação científica são a observação assistemática, a observação
sistemática, a participante, a não-participante, a individual, em equipe, na
vida real e em laboratório, que variam de acordo com as circunstâncias. A
observação pode ser realizada na vida real, no próprio local onde o evento
ocorre, em um ambiente normal e cotidiano, registrando-se os dados à medida que
forem ocorrendo, ou em laboratório, que requer condições especiais, geralmente
exige organização cuidadosa e controlada, o uso de equipamentos adequados
possibilita observações mais rigorosas.
A observação assistemática ou não estruturada,
denominada também como espontânea, informal, simples, ocasional e acidental
pelo fato de que o conhecimento ser obtido através de uma experiência casual, sem
que se tenha determinado de antemão quais os aspectos relevantes a serem
observados e que meios utilizar para observá-los.
A observação sistemática
designada também como estruturada, planejada controlada, o observador sabe o
que procura e o que necessita de importância em determinada situação. Para Marconi
e Lakatos (2003, p. 193) e Thums (2003, p. 155), neste tipo de
observação há um planejamento de ações, sendo uma observação direcionada, ao
inverso da assistemática. Quadros, anotações, escalas, dispositivos mecânicos
são alguns dos instrumentos que podem ser utilizados nessa observação.
A observação participante consiste na participação
real e ativa do pesquisador como membro do grupo, trabalha junto com o grupo e
participa das atividades normais deste.
Já na não participante, o pesquisador toma contato
com a comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-se a ela,
permanecendo fora, presencia o fato, mas não participa dele.
A observação individual é a modalidade que requer a
presença de apenas um pesquisador, a observação em equipe possibilita que o
grupo observe a ocorrência por vários ângulos e surge a oportunidade de
confrontar os dados coletados.
A
observação pode ser realizada na vida real, no próprio local onde o evento
ocorre, em um ambiente normal e cotidiano, registrando-se os dados à medida que
forem ocorrendo, ou em laboratório, que requer condições especiais, geralmente
exige organização cuidadosa e controlada, o uso de equipamentos adequados
possibilita observações mais rigorosas.
6
Sociometria
Conforme Lakatos e Marconi (2002, p.126), a
sociometria é uma técnica quantitativa que procura explicar relações pessoais
entre indivíduos de um mesmo grupo. Revela a estrutura interna dos grupos,
indicando as posições de cada indivíduo em relação aos demais. Permite analisar
os grupos, identificar seus líderes, os subgrupos e os desajustados, tem sido
utilizada nos mais diversos campos de estudos.
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Histórias de Vida
Lakatos e Marconi (2002, p.135), definem história de vida como as
experiências de alguém, suas vivências, que tenham significado importante para
o conhecimento do objeto em estudo.
A técnica permite estudar o impacto da interação
social sobre as crenças e decisões dos indivíduos. Por exemplo, como as pessoas
agem nas organizações e como as rotinas diárias influenciam seu trabalho, assim
como o efeito das decisões ao longo do tempo.
8
Testes
Testes são muito usados nas organizações,
especialmente no processo de seleção e na área de desenvolvimento gerencial,
quando se deseja medir o potencial dos indivíduos.
Os testes possuem alguns requisitos como a sua
validade, a sua precisão e sua padronização. São apresentados de várias formas
como, por exemplo, verbais, de lápis e papel, visuais e podem ser feitos
individualmente ou coletivamente.
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Escalas Sociais
As escalas sociais são criadas para medir a
intensidade das opiniões e atitudes da maneira mais objetiva possível. Criar
uma escala social é algo muito trabalhoso que requer muito esforço e disciplina
para se seguir os passos corretamente, pois, elas podem acarretar alguns
problemas tais como: fidedignidade; validade; ponderação dos itens; natureza
dos itens; igualdade das unidades; definição de um contínuo entre outras.
As escalas mais usadas são as escalas de ordenação,
de graduação, de distância social.
10
Amostragem
A amostragem se fundamenta em leis estatísticas
que lhe conferem fundamentação científica. Na pesquisa social são utilizados
diversos tipos de amostragem, que podem ser classificados em dois grandes grupos:
amostragem probabilística e não-probabilística. Os tipos do primeiro grupo são
rigorosamente científicos e os do segundo grupo não apresentam fundamentação
matemática ou estatística, dependendo unicamente de critérios do pesquisador
(GIL, 1995, p. 93).
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FONTES:
1 CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica:
para uso dos estudantes universitários. 2° ed. São Paulo: Editora
McGraw-Hill do Brasil, 1977.
2 GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 1°
ed. São Paulo: Editora Atlas S.A.,1987.
3 GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social.
4° ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1995.
4 LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho
científico. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas S.A.,
1992.
5 ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa
em Administração. 2° ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1999.
6 SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, Carlos de. Pesquisa de Marketing
– Conceitos e Metodologia. 3° ed. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2002.
7 THUMS, Jorge. Acesso à Realidade. 3ª ed. Canoas:
Editora Ulbra, 2003.
8 VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em
Administração. 3° ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2000.
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Bacharel em Administração de Empresas com Ênfase em Marketing & Gestão de Negócios.
Consultor de Empresas, Palestrante.
Mais de Darlei Simioni AQUI
1 Comentários:
Muito bom, deixando BEM CLARO que aplicação de testes é reservado por lei apenas ao profissional de Psicologia. Quem aplica testes sem ter CRP comete crime federal.
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