Quando a economia vai bem, as pessoas ficam estressadas porque trabalham demais e tentam aproveitar todas as oportunidades que o mercado pode oferecer. Quando a economia vai mal, as pessoas também ficam estressadas, pois trabalham com medo de perderem seus empregos e às vezes dobram sua carga de trabalho para fazer um pé de meia para tempos difíceis.
Nas empresas, o urgente virou o padrão. Em muitas organizações, se alguém trabalha por longas horas, vive resolvendo “urgências”, se está sempre correndo de um lado para o outro, essa é uma pessoa “produtiva, eficiente”, que alguns líderes e a equipe valorizam. Agora, se alguém faz tudo certinho, sai no horário e não tem urgências, essa pessoa não fez nada além de sua obrigação. E isso só reforça a cultura do estresse em todos os lugares.
Líderes urgentes desenvolvem equipes urgentes. Equipes urgentes criam pais e mães urgentes, que levam isso para casa e passam o estresse para toda a família. Não é incomum ver crianças afetadas pelo estresse.
Infelizmente, o estresse se tornou um padrão em nosso mundo. Em alguns casos, o estresse extremo se transforma na chamada Síndrome de Burnout. Nesse “último nível de estresse” os sintomas são mais intensos: dores de cabeça, distúrbios no sono, distúrbios de apetite, dores musculares, mudanças na libido, pressão arterial elevada e por aí vai.
Em uma pesquisa realizada pela International Stress Management Asssociation, sobre os países mais estressados, o Japão é o líder absoluto, com 70% da população economicamente ativa sofrendo de burnou. Em segundo lugar, o Brasil, com 30%, seguido pela China com 24%, EUA com 20% e Alemanhã com 17%.
O Brasil está estressado, está viciado na urgência. Atendemos as maiores empresas do País e, sem exceção, há sempre focos de estresse e urgências entre as pessoas. Estamos vivenciando um momento de emprego pleno, nosso nível de desemprego nunca esteve tão baixo e isso também estressa. As empresas estão tendo muitas dificuldades em achar pessoas qualificadas, e sem gente, a equipe existente acaba trabalhando demais.
Outro fator é o rápido crescimento das empresas. Em todo lugar que atuamos houve crescimento, e em muitos casos, um crescimento desordenado para atender a demanda. Sendo assim, trabalham demais, por não trabalharem de forma inteligente e isso afeta toda a cadeia produtiva.
Além de a economia estar indo bem, muitas oportunidades estão sendo abertas no Brasil com Copa, Olimpíadas e diversos setores da economia crescendo demais. Fazer negócios no Brasil, hoje em dia é se preparar para lidar com executivos estressados, com pressa de fazer acontecer e uma ambição positiva, que está roubando o tempo do que é realmente importante.
A pergunta que fica é: será que esse estresse todo vale a pena para a pessoa? Porque para as empresas tá dando certo…
Especialista em
administração de tempo e produtividade, fundador da Triad PS, empresa
multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade,
colaboração e administração do tempo.
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