Boas estratégias empresariais carecem do alinhamento com todos os colaboradores.
O engajamento dos colaboradores na base da pirâmide de uma organização é um ponto crucial no sucesso de qualquer estratégia ou decisão. Para resolver esse problema, é preciso aproximar a formulação da estratégia com a etapa de execução, tornando funcionários cientes das orientações desde o início de um projeto e gerando maior democratização e retorno a partir de estratégias mais transparentes e compartilhadas.
“A estratégia precisa ser uma competência da organização e é necessário que ela seja democratizada com toda a equipe de colaboradores responsáveis pela execução”, afirma Emílio Herrero Filho, diretor da Herrero Consultoria e autor do livro Pessoas Focadas na Estratégia: As Disciplinas da Execução da Estratégia.
Para o diretor, ideias e práticas desconectadas fazem com que apenas 10% das estratégias sejam integralmente executadas nas empresas. “As pessoas se sentem mais confortáveis em realizar atividades que possuem metas concretas e, por isso, o grande desafio dos gestores é transformar projetos abstratos em objetivos tangíveis, capazes de engajar pessoas”, explica.
Muitas empresas brasileiras ainda não possuem uma metodologia adequada para aplicar estratégias e, por isso, os planos de ação acabam sendo aplicados parcialmente.
Disciplinas de execução
Fazer com que a estratégia chegue carece de disciplinas que guiem a formulação das estratégias. Para Herrero, quatro disciplinas podem orientar a execução das atividades estratégicas nas organizações:
• Liderança empreendedora: devemos falar em líderes de líderes. Todos devem assumir a posse dos projetos e se comprometerem a produzir valor para a organização;
• Capacitação em projetos estratégicos: é função do RH criar formas para que as lideranças aprendam, ligando os objetivos aos projetos fazem a estratégia gerar valor e superar gaps de performance;
• Design de processos: o desenho do fluxo de valor deve ser sempre aperfeiçoado e contar com a insatisfação constante das pessoas envolvidas;
• Engajamento do capital humano: é preciso definir os desafios da função estratégica e os benefícios que ele terá ao atingir os objetivos e a política de remuneração deve ser agressiva e amarrada ao nível de execução.
Modelo aplicado
A reestruturação da estratégia com a aplicação das quatro disciplinas levou a Santa Casa de Misericórdia de Passos, primeira Santa Casa do País, a conseguir importantes certificações na área de saúde. “Não é possível realizar um sonho sozinho. Precisamos entender que a razão da existência de uma empresa só faz sentido se entrelaçar com as razões de existência das pessoas que fazem parte dela”, falou Daniel Porto Soares, diretor administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Passos.
Outro case mencionado pelo autor é o da empresa de autopeças Mahle. A companhia adotou as quatro disciplinas de Herrero, criando políticas de visão, missão, valores e mapas estratégicos não apenas para o grupo em si, mas para algumas divisões e departamentos, objetivando criar proximidade entre os colaboradores e a estratégia central da empresa.
Como multiplicar
Assim como uma história, a estratégia deve ser explicada a todos os envolvidos na organização, de forma alinhada e motivadora. “Comunicar missão, visão e valores da empresa são funções do RH. Porém, na maioria das empresas esta área ainda é muito burocrática e pouco estratégica”, afirma Herrero.
Georgia Everse, professora do MBA da Ferris State University e sócia da consultoria americana Genesis Inc., descreve oito maneiras de comunicar estratégias empresarias de forma mais eficiente:
• Mantenha a mensagem simples, mas rica em significado;
• Construa comportamentos a partir de tendências de mercado e de consumo;
• Seja disciplinado e didático. Inspire, eduque e reforce;
• Fuja das típicas “mensagens do presidente” e não desapareça;
• Vista a camisa da “pessoa real”;
• Conte uma história;
• Use as mídias do século XXI e seja inesperado;
• Faça investimentos necessários.
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FONTE: PORTAL HSM
RETIRADO DO BLOG DE ALBÍRIO GONÇALVES
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