Estou há mais de 30 anos no mercado de recursos humanos -- metade destes como executivo e outra metade como prestador de serviço. Desde o início desse trabalho me deparei com as mesmas questões: o RH dedica tempo a atividades rotineiras, quando deveria atuar em questões estratégicas. Mas, por que, mesmo depois de tanto tempo, a área ainda está no mesmo cenário?
Fiz esse questionamento após analisar uma pesquisa feita pela Focus Market Research, sob encomenda de uma revista do setor. Foi apontado que o gestor de RH dedica 45% do seu tempo em recrutamento e seleção, quando deveria investir 13% nesta ação. Outra informação alarmante é que o RH também tem 36% de seu dia a dia dedicados à ações administrativas, quando o planejado seria de 10%.
Quer mais? O estudo mostra ainda que 32% do tempo do gestor de RH está diretamente em relação com funcionários, como resolução de conflitos, conformidades legais, imigração e gerenciamento de risco. O traçado seria de 17%.
Por que isso acontece? Pensando nisso cheguei à três opções: O RH ainda não tem conhecimento de todas as soluções e sistemas de tecnologia da informação disponíveis no mercado, ou as empresas não investem de fato em sistemas gerenciais para o RH, como caminho facilitador, ou então o RH não identifica a importância de TI para seu setor, e ainda dedica a maior parte de seu tempo em ações rotineiras.
Investir em TI não significa pensar apenas em segurança da informação, rede, site, bloqueios internos. A tecnologia vai muito além. O mercado já oferece sistemas para controle de folha de pagamento, avaliação de desempenho, treinamentos, controle de benefícios flexíveis, dentre outros.
A tecnologia é uma aliada nas questões do dia a dia, afinal, é para isso que ela serve, para que o gestor possa dedicar seu tempo à atividades estratégicas, como redução de custo, melhorias no quadro de colaboradores, avaliação de desempenho e outras ações.
Se o gestor e sua empresa investissem em tecnologia adequada, o ganho de tempo seria significativo -- 35%, de acordo com a pesquisa. E, com este tempo disponível, os RHs poderiam dar início a um novo ciclo de trabalho.
Por Evaldo Burcoski
É diretor da Humanus (CR Sistemas), empresa especialista em soluções para gestão do capital humano.
RETIRADO DO BLOG DO ALBÍRIO GONÇALVES
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