terça-feira, 14 de agosto de 2012

POST 1770: It’s the relationship, stupid!

Será que os marqueteiros acreditam em relacionamento com seus clientes ?

Quando o estrategista do então candidato Bill Clinton resumiu para um público interno a principal mensagem para a campanha do ano de 1992, ele usou a frase que depois ficou famosa e foi usada em vários outros contextos: ‘It’s the economy, stupid!’ A intenção era focalizar uma questão chave para todos os eleitores mas que, por alguma razão, havia sido deixada de lado entre várias outras questões menores de campanha. Com o foco na situação da economia e mostrando onde a administração anterior (Bush pai) havia errado, Clinton venceu aquela eleição.


Troy Carter
Troy Carter em entrevista ao evento Music Matters.
Veja entrevista na íntegra em http://goo.gl/YS9y7
(a citação no texto acontece aos 10:00 minutos)


Algo parecido acontece todos os dias nos departamentos de Marketing das empresas: as pessoas estão fazendo dez mil coisas ao mesmo tempo, todas ‘pra ontem’. Na correria que vira seu estilo de vida e de trabalho, os nossos valorosos marqueteiros esquecem das questões chave para seus consumidores. Então, eu quero dar uma mensagem para esse tipo de profissional: “É o relacionamento, estúpido!”. É isso que vai fazer a diferença. É isso que seu consumidor quer. Pare de tentar o “quick-fix”, ou a versão brasileira: o nosso jeitinho, a campanha milagrosa ou a captura de clientes no arrastão disfarçado de marketing dirigido.

Às vezes tenho sérias dúvidas sobre as reais intenções dos nossos marqueteiros. Será que acreditam de verdade em relacionamento com clientes? Está sendo cada vez mais comum ver ações de massa disfarçadas de ações dirigidas. As empresas adotam “relacionamento” ou “CRM” (entre aspas mesmo) como estratégias formais, mas na verdade mantém todos os vícios do marketing massivo: medição pura e dura de vendas, ações sem planejamento de longo prazo, zero desenvolvimento de conteúdo, envio de mensagens irrelevantes para os clientes, sempre na tentativa de vender sem antes ter feito qualquer coisa de valor para o cliente.

Felizmente está ocorrendo uma mudança de gerações e este paradigma vai mudar por bem ou por mal. A tradição de venda em massa que vem desde a geração Mad Men até a primeira década do século 21 está dando lugar a relacionamentos reais, muito por conta da realidade da revolução da mídia social e do marketing de busca.

O consumidor não precisa mais ser achado e ‘malhado’. Ele mesmo vai procurar as marcas e então decidir se quer criar, manter e crescer seu relacionamento com elas. Um exemplo dessa nova geração é a marca Lady Gaga. Em entrevista esta semana, seu manager Troy Carter, disse: “For us it is not about music sales, or specifically about merchandise or ticket sales. It is about building a real, long term relationship with an audience, which ends up turning into ticket sales, whatever type of recorded music sales or merchandise sales, but it is really about that relationship.” (em tradução livre: “A questão para nós não é a venda de música, ou especificamente venda de mercadoria ou de ingressos. A questão é construir um relacionamento real, de longo prazo, com uma audiência, que acaba se transformando em vendas de ingressos, música gravada em qualquer forma e venda de mercadorias, mas a coisa é realmente esse relacionamento.”)

Um detalhe que não pode passar despercebido, Troy não é “só” o empresário da multipremiada Lady Gaga. Ele é chairman e CEO do Coalition Media Group composto da Atom Factory que empresaria Gaga e diversos outros astros da música e da Atom Digital uma empresa de marketing digital.

It’s the relationship, stupid!

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