Diz a lenda que quando a
televisão começou a influenciar parte da vida das famílias, surgiu uma das
primeiras campanhas “virais” com o objetivo de aumentar a venda de um produto.
Muitas crianças foram
tocadas pelas constantes chamadas dos comerciais e rapidamente lotaram os
bolsos das roupas de seus pais com bilhetes que pediam presentes dizendo:
NESTE NATAL, NÃO ESQUEÇA DA
MINHA CALOI.
Também fui uma destas
crianças, contudo, rapidamente percebi que para mim o Natal teria sempre uma
relação diferente, pois é também quando faço aniversário, na verdade, meu
aniversário é na véspera.
Este fato provocou
situações curiosas, a maioria delas eram de palavras consoladoras quando
falávamos sobre presentes, afinal, normalmente eu ganhava apenas um presente.
Com o tempo fui percebendo
que esta aparente injustiça, era na verdade uma tremenda vantagem, pois desde
que eu me lembro, não houve um só aniversário em minha vida que não foi
comemorado com uma festa, com amigos e parentes próximos e com uma troca de
presentes e abraços.
Recebendo quase sempre
apenas um presente, acabei buscando elementos que pudessem diferenciar o meu
aniversário do Aniversariante maior. Descobri que os abraços que eu recebia
eram sempre mais calorosos, intensos e amorosos, afinal sempre foram
duplicados.
O primeiro abraço
normalmente ocorria pouco antes da meia-noite, quando há uma ansiedade geral,
principalmente nas crianças. Nesta hora, sempre alguém lembra de “cantar
parabéns” antes de abrir os presentes e começar os cumprimentos de Natal.
Na maioria das vezes, uma
vela é improvisada no peru ou na sobremesa, apagam-se as luzes e começamos a
cantar. O segundo abraço vem logo em seguida, sempre acompanhado de
cumprimentos de Feliz Natal.
Com os anos, percebi que
sempre gostei do Natal, mas não por causa dos presentes e sim pelos abraços de
pessoas especiais. Hoje, até a tecnologia ajuda com esta experiência única,
pois agora abraços virtuais podem ser trocados através de mensagens e tweets.
O ato de abraçar é para mim
um gesto com muitos significados. Desde momentos de consolo e segurança até a
mais vibrante alegria e entusiasmo.
Abraçar faz bem, pois é o
momento em que dois corações podem se aproximar com emoções positivas e
verdadeiras. Não há como enganar em um abraço, se houver falsidade, ela é logo
percebida e o abraço perde seu efeito restaurador.
O mais interessante é que
não há como “dar” um abraço sem ter que “pedir” para ele
acontecer. Portanto, como as festas de final de ano se transformaram em um
grande momento de “pedir presentes”, irei novamente espalhar bilhetes
com um único pedido:
NESTE NATAL E FINAL DE ANO,
NÃO ESQUEÇA DO MEU ABRAÇO
Consultor, Autor e Palestrante,
expert em Conflitos de Gerações, Geração Y, desenvolvimento de Novos Talentos e
Redes Sociais, tendo desenvolvido soluções em programas educacionais e
comportamentais para mais de 30 mil profissionais em empresas como Vale do Rio
Doce, Petrobras, Gerdau, Lojas Renner, TAM, Light, entre outras.
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