Gente linda,
fútil, dolce far niente, a quem os marxistas atribuem todos os problemas do
mundo, da incompetência e má distribuição da renda.
Mas no final
do filme, depois de muitas tragédias, aparece esta cena que achei deprimente
mas muito reveladora.
Mostra quem
estava por trás desta "alta burguesia", quem mandava na pobre coitada
da condessa.
Lá estavam o
contador, o caseiro, o administrador do caixa, entregando cheques que a
condessa assinava, sem ter a menor ideia do que de fato estava fazendo.
Aí me deu o
estalo.
Talvez quem
fosse de fato a classe dominante na época, fosse o segundo escalão, os
contadores, os administradores de propriedade, o caixa, os puxa sacos e assim
por diante.
Eram eles que
contratavam os primos, os sobrinhos, os filhos, recebiam comissões sobre todas
as compras, superfaturavam e assim por diante.
Ao contrário
do que achava Marx, 40% ou mais da "mais valia" ficava com este o
segundo escalão. Distribuíam a renda dos ricos para si.
40% lembra a
carga tributária brasileira, 40% lembra o lucro que fica com os intermediários
financeiros, os hedge funds, os asset managers com sua fórmula 2/20% como taxa
de performance.
Agora vejam
esta foto, e digam se vocês vêem alguma semelhança.
É um momento
histórico a assinatura da Constituição Brasileira, obra do ego de Ulysses Guimarães,
que queria aparecer como o salvador da pátria, isto é conhecido.
Mas, quem são
todas estas "personalidades" em volta? Quem chamou-os para subir ao
palco? Nem deputados e senadores constituintes são. Alguém sabe quais artigos
da Constituição eles escreveram?
Quem está
entregando o cheque para Ulysses assinar? Ele não queria aparecer sozinho na
foto, cadê o Serra e o Luciano Coutinho que escreveram boa parte dos artigos
sobre economia?
Por que
queriam dividir com o Ulysses a glória do momento, apesar de terem feito muito
pouco em prol da Constituição?
Lá, pessoal,
estão os verdadeiros donos do poder, o segundo escalão, aqueles que davam
documentos para a "alta burguesia" assinar, que despachavam, que
sabiam os meandros do poder, sem os quais Brasília não funcionaria.
Eu vejo muita
similaridade entre as duas situações. Vocês estão com a palavra.
Stephen Kanitz é
Administrador de Empresas, Conferencista e Escritor.
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