domingo, 25 de novembro de 2012

POST 1870: 6 SEGREDOS PARA CRIAR UMA CULTURA DE INOVAÇÃO. Por Marcelão

Pessoal, o blog da Harvard Business Review publicou artigo sobre uma pesquisa realizada pela IBM que recentemente entrevistou 1500 executivos em 60 países. A pesquisa apontou que os executivos elegeram a criatividade como sendo a competência de liderança mais importante atualmente.


De acordo com a pesquisa, 80% dos CEOs disseram que o ambiente de negócios está crescendo em complexidade de forma assustadora, o que exige, literalmente, novas formas de pensar e agir(
veja mais sobre isso aqui). Menos de 50% disseram acreditar que suas organizações estejam equipadas para lidar efetivamente com esta complexidade crescente. Uma das razões para essa falta de preparo é a escassez de líderes criativos e a ausência de uma infra-estrutura organizacional que facilite o surgimento desses líderes(Veja mais sobre isso aqui).

 


O problema é que, como já abordei em vários posts, a mudança dificilmente vem de cima. A alta administração dificilmente lidera movimentos de transformação necessários para promover a cultura da criatividade e inovação, sendo que, algumas vezes, chegam até a sabotar (Veja mais sobre isso aqui).


Assim como na gestão de pessoas, há uma distância muito grande entre o discurso e a prática. Eu acrescentaria que uma das razões, de porquê a inovação tem dificuldades para surgir nas empresas, é a mentalidade ainda muito mecanicista presente na alta administração das empresas. Acham que a inovação pode surgir a qualquer momento sem que se crie um ambiente adequado não só referente a cultura organizacional, mas também um ambiente físico próprio para o estímulo a inovação.


Voltando ao artigo da Harvard, ele apresenta seis movimentos fundamentais que as empresas devem adotar para criar uma cultura de inovação:


1 – Atender as necessidades das pessoas: Reconhecer que questionar a ortodoxia e as convenções – a chave para a criatividade – começa com questionar as formas como as pessoas tem expectativas sobre o trabalho. Como suas necessidades principais – fisicas, emocionais, mentais e espirituais – podem ser atendidas no ambiente de trabalho? Quanto mais as pessoas estão ocupadas com as necessidades não satisfeitas, menor a energia e o empenho que eles trazem para o seu trabalho. Comece perguntando aos seus funcionários, um de cada vez, o que eles precisam para executar o seu melhor. Em seguida, defina o que é sucesso para as pessoas e mantenha-as informadas sobre as metas, mas, tanto quanto possível, deixe-as conceber seus próprios dias como acharem melhor para alcançar esses resultados. Mais do que nunca, é preciso colocar as pessoas no centro da gestão (Veja mais sobre isso aqui);



2 – Exercitar criatividade sistematicamente: Não é mágica e pode ser desenvolvida. Há cinco fases bem definidas e aceitas do pensamento criativo: uma visão em primeiro lugar, a saturação, a incubação, iluminação e a verificação. Nem sempre elas se desdobram de forma previsível, mas elas nos fornecem um roteiro para mapear todo o cérebro, indo e voltando entre pensamento analitico, raciocínio dedutivo do hemisfério esquerdo, e mais os padrões de busca, do grande retrato e o pensamento do hemisfério direito. Aqui segue a dica do livro do Daniel H. Pink: “O Cérebro do Futuro – A Revolução do Lado Direito do Cérebro” (
leia resumo aqui);



3 – Cultive a paixão: A maneira mais rápida de matar a criatividade é colocar as pessoas em funções que não excitam a imaginação. Crianças que são encorajadas a seguir sua paixão desenvolvem uma melhor disciplina, um conhecimento mais profundo e são mais perseverantes e mais resistentes frente às contrariedades. Procure, mesmo em formas pequenas, dar aos seus funcionários, em todos os níveis, a oportunidade e o estímulo para seguir seus interesses e expressar seus talentos únicos. Afinal de contas, como seres humanos, somo definidos pelas causas a que servimos e pelos problemas que lutamos para superar. É a paixão em solucionar problemas extraordinários que cria o potencial de realizações extraordinárias.;



4 – Tornar significativo o trabalho: Os seres-humanos são animais de significado (
Veja mais sobre isso aqui). Dinheiro paga as contas, mas é uma fonte limitada de significado. Sentimo-nos melhor sobre nós mesmos quando estamos fazendo uma contribuição positiva para algo além de nós mesmos. O que as pessoas querem é a oportunidade e as condições para criar um sonho. Para se sentir verdadeiramente motivado, nós temos que acreditar se o que estamos fazendo realmente importa. Quando os líderes podem definir uma missão, que transcende o interesse convincente de cada indivíduo de si mesmo, é uma fonte de combustível não só para maior desempenho, mas também para pensar mais criativamente sobre como superar os obstáculos e gerar novas soluções;



5 – Fornecer tempo: Criatividade não tem ponto eletrônico em que você tem expediente de trabalho entre as 8 horas da manhã e as 6 horas da tarde. O pensamento criativo requer tempo relativamente aberto, ininterrupto e livre de pressão para respostas imediatas e soluções instantâneas. O tempo é escasso, uma comodity sobrecarregada em organizações que vivem pela ética do “mais, maior e mais rápido”;



6 – Renovar-se: Os seres humanos não são preparados para operar continuamente da mesma forma que computadores. Estamos destinados a gastar energia para períodos de tempo relativamente curto – não mais que 90 minutos – e depois se recuperar. A terceira fase do processo criativo, incubação, ocorre quando passo de um problema que estamos tentando resolver e deixamos o nosso inconsciente trabalhar sobre ele. É eficaz quando realizamos uma caminhada, ou ouvimos música, ou silenciamos a mente através da meditação, ou mesmo ao dar um passeio. Movimentar-se – especialmente o exercício que aumenta a taxa de coração – é uma outra maneira poderosa para induzir o tipo de mudança na consciência para que os avanços criativos apareçam espontaneamente.



É bom deixar claro que todos nós somos criativos e que fazer surgir a criatividade é muitas vezes fruto de uma situação ou de uma necessidade. É como disse aquele velho ditado : “A necessidade é a mãe de todas as invenções.” Todos somos criativos, mas alguns de nós desenvolveremos mais esse esse talento do que outros devido a questões educacionais, sociais e culturais que vão contribuir para o estímulo a criatividade ou para comportamentos menos criativos baseados em repetições de modelos previamente estabelecidos.


É importante exercitarmos o máximo possível a nossa criatividade assim como os esportistas desenvolvem os seus músculos para as atividades físicas. Afinal de contas, o cérebro é um músculo e também precisa de exercício, senão atrofia.



Um abraço.

“Keep the Faith”
 
 
Marcelo de Souza Bastos, o Marcelão.
Formado em ciência da computação pelo Uniceub em Brasília e MBA em planejamento e gestão empresarial pela Universidade Católica de Brasília.
Mais de Marcelão AQUI

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