O Brasil enfrenta grandes desafios à sua competitividade, mas também tem forças únicas que devem ser exploradas, caso queiramos, em vez de estabilidade, crescimento. Essa foi a mensagem de Porte ao empresariado local.
Entre as diversas perguntas a que Michael Porter respondeu durante sua apresentação no Fórum HSM de Lucratividade, destacam-se as preocupações relativas aos negócios com a base da pirâmide e as perspectivas que vislumbra para o Brasil.
“Se eu fosse de uma economia emergente, aproveitaria oportunidades em outros mercados emergentes. Contudo, existem empresas que, por questões de prestígio ou ego, são apressadas demais para chegar à Europa e aos Estados Unidos”, observou Porter. De acordo com sua visão, a empresa oriunda de país emergente terá melhores insights sobre clientes de países emergentes.
Outro conselho que o palestrante deixa é considerar as aquisições de outras empresas: “Podem facilitar o desenvolvimento de habilidades e expertise sobre novos mercados, alçando as bases para o crescimento da empresa”.
Porter não se furtou a confessar seu orgulho a respeito de como o Brasil desempenhou bem durante a crise econômica mundial, mas também não deixou de alertar para o fato de que não podemos nos contentar com a estabilidade, e sim empreender mudanças, inovar, porque as limitações ao nosso desenvolvimento tenderão a se fazer sentir mais daqui para frente. “Ninguém deve acreditar que vai crescer para sempre”, disse.
Aos executivos e empresários presentes, ele aconselhou que aproveitassem as eleições para participar ativamente no sentido de pressionar por reformas que poderiam tornar o Brasil uma plataforma de negócios melhor. O empresariado brasileiro, em sua visão, é muito forte, mas enfrenta enormes desafios de produtividade. “Em relatórios de competitividade global, o Brasil aparece praticamente como o país mais pobre do mundo, muito ineficiente como lugar para fazer negócios – o mercado trabalhista é complicado, os gastos do governo não são eficientes, há déficits orçamentários, barreiras tarifárias e muita violência.” Segundo ele, China e Índia estão consideravelmente mais bem posicionados que o Brasil.
Outro aspecto que prejudica a competitividade brasileira é que, apesar de excelente em recursos humanos, nosso País não tem sido grande fonte de patentes e inovação em ciência e tecnologia. É preciso melhorar as instituições científicas e a educação. O Brasil tem pessoas muito capazes, mas muitos sem qualificação, e as empresas terão de educar seu pessoal. O custo de produção é enorme, pois, por todos esses motivos, a produtividade é baixa e produtividade é uma das medidas que usamos para examinar um país.
Características únicas e fortes
Porter enxerga muitas oportunidades de o Brasil concorrer globalmente, em especial porque o País é muito bom em construir marcas e conceitos e realizar marketing de nicho, capacidades que deveriam ser direcionadas a fazer crescer as exportações cujo peso, relativamente ao PIB, ainda é baixo. “O Brasil precisa entender suas características únicas, como eficiência da agricultura, indústria intensiva em recursos e setores relacionados aos produtos naturais. Espero que as empresas brasileiras aprendam a ser mais sustentáveis, especialmente nos setores agrário e de mineração”, expressou.
Um caso de sucesso brasileiro? As sandálias Havainas. “Meus colegas mais jovens todos têm. É um fenômeno”, revelou. Para Porter, o Brasil não será o local das commodities, nem tampouco da manufatura mais barata. “Vocês têm o benefício da estabilidade e forças inerentes tremendas. É preciso que elas venham à tona.”
Uma promessa: “Se as reformas acontecerem, vou comprar ações no Brasil”.
Texto retirado da HSM Online sobre Fórum HSM de Estratégia
Entre as diversas perguntas a que Michael Porter respondeu durante sua apresentação no Fórum HSM de Lucratividade, destacam-se as preocupações relativas aos negócios com a base da pirâmide e as perspectivas que vislumbra para o Brasil.
“Se eu fosse de uma economia emergente, aproveitaria oportunidades em outros mercados emergentes. Contudo, existem empresas que, por questões de prestígio ou ego, são apressadas demais para chegar à Europa e aos Estados Unidos”, observou Porter. De acordo com sua visão, a empresa oriunda de país emergente terá melhores insights sobre clientes de países emergentes.
Outro conselho que o palestrante deixa é considerar as aquisições de outras empresas: “Podem facilitar o desenvolvimento de habilidades e expertise sobre novos mercados, alçando as bases para o crescimento da empresa”.
Porter não se furtou a confessar seu orgulho a respeito de como o Brasil desempenhou bem durante a crise econômica mundial, mas também não deixou de alertar para o fato de que não podemos nos contentar com a estabilidade, e sim empreender mudanças, inovar, porque as limitações ao nosso desenvolvimento tenderão a se fazer sentir mais daqui para frente. “Ninguém deve acreditar que vai crescer para sempre”, disse.
Aos executivos e empresários presentes, ele aconselhou que aproveitassem as eleições para participar ativamente no sentido de pressionar por reformas que poderiam tornar o Brasil uma plataforma de negócios melhor. O empresariado brasileiro, em sua visão, é muito forte, mas enfrenta enormes desafios de produtividade. “Em relatórios de competitividade global, o Brasil aparece praticamente como o país mais pobre do mundo, muito ineficiente como lugar para fazer negócios – o mercado trabalhista é complicado, os gastos do governo não são eficientes, há déficits orçamentários, barreiras tarifárias e muita violência.” Segundo ele, China e Índia estão consideravelmente mais bem posicionados que o Brasil.
Outro aspecto que prejudica a competitividade brasileira é que, apesar de excelente em recursos humanos, nosso País não tem sido grande fonte de patentes e inovação em ciência e tecnologia. É preciso melhorar as instituições científicas e a educação. O Brasil tem pessoas muito capazes, mas muitos sem qualificação, e as empresas terão de educar seu pessoal. O custo de produção é enorme, pois, por todos esses motivos, a produtividade é baixa e produtividade é uma das medidas que usamos para examinar um país.
Características únicas e fortes
Porter enxerga muitas oportunidades de o Brasil concorrer globalmente, em especial porque o País é muito bom em construir marcas e conceitos e realizar marketing de nicho, capacidades que deveriam ser direcionadas a fazer crescer as exportações cujo peso, relativamente ao PIB, ainda é baixo. “O Brasil precisa entender suas características únicas, como eficiência da agricultura, indústria intensiva em recursos e setores relacionados aos produtos naturais. Espero que as empresas brasileiras aprendam a ser mais sustentáveis, especialmente nos setores agrário e de mineração”, expressou.
Um caso de sucesso brasileiro? As sandálias Havainas. “Meus colegas mais jovens todos têm. É um fenômeno”, revelou. Para Porter, o Brasil não será o local das commodities, nem tampouco da manufatura mais barata. “Vocês têm o benefício da estabilidade e forças inerentes tremendas. É preciso que elas venham à tona.”
Uma promessa: “Se as reformas acontecerem, vou comprar ações no Brasil”.
Texto retirado da HSM Online sobre Fórum HSM de Estratégia
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