segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BRASILEIROS QUEREM MAIS AUTONOMIA NO TRABALHO




Pesquisa da Fellipelli aponta que 58% dos profissionais necessitam atuar de maneira mais independente
A velocidade da informação e a redução da percepção do tempo trouxeram grandes mudanças no mundo corporativo, em que a pressão por resultados tem se tornado uma prática cada vez mais comum. Isso, porém, pode surtir efeito contrário, reduzindo a produtividade e a motivação dos funcionários de uma empresa.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Fellipelli aponta que 58% dos profissionais brasileiros necessitam de autonomia no ambiente de trabalho para trabalhar de maneira independente. O levantamento contou com a participação de 300 profissionais no segundo semestre de 2009, e tem como base a aplicação do Birkman, instrumento que mede a percepção individual da realidade, revelando interesses profissionais e tendências comportamentais. Segundo a pesquisa, 75% das pessoas demonstraram atuar em prol dos interesses coletivos e apresentaram mais facilidade em trabalhar em equipe. Já as suas reais necessidades motivacionais apontaram outros resultados. Ao todo, 44% dos profissionais apresentam necessidade de obter vantagens e reconhecimentos individuais, contra 1% que realmente age de modo mais competitivo no convívio social. Do total de indivíduos que aparenta acreditar que a recompensa coletiva é mais importante que a individual, apenas 17% precisam realmente de um ambiente idealista e voltado ao bem comum para se sentirem motivadas. “As características que mostramos às outras pessoas e as nossas necessidades motivacionais são naturalmente diferentes, pois na medida em que convivemos em sociedade, certos desejos podem ser vistos de forma negativa pela maioria das pessoas, como o individualismo e a excessiva competitividade. No ambiente corporativo de hoje, o trabalho em equipe é inevitável e traz resultados positivos para os negócios, o que justifica que a maioria das pessoas se mostre solícita a esse tipo de prática, ainda que suas necessidades motivacionais não caminhem na mesma direção”, analisa a psicóloga Adriana Fellipelli, sócia-diretora da Fellipelli. O estudo revela, ainda, que 73% dos profissionais possuem atitudes voltadas para a ação, ao passo que esse número cai para 36% quando tratamos da necessidade de ação como fator de motivação. Apenas 8% dos entrevistados costumam levar mais tempo refletindo antes de tomar decisões, quando analisamos os anseios pessoais, 46% preferem refletir mais antes de decidir.
“Quando comparamos as motivações e as ações em relação à reflexão, percebemos um contraste significativo. Grande parte das pessoas pode perder a energia se envolvidas com uma demanda muito intensa de trabalho e sem tempo para planejamento, sentindo-se pressionadas diante de decisões complexas. Tais indicadores revelam que quando os profissionais possuem algum controle sobre as demandas e prazos que permitam reflexões e análises, eles se sentem estimulados e podem gerar resultados melhores”, explica Adriana.
Outro fator que pode gerar mais produtividade ao trabalho é a flexibilidade das atividades. De acordo com o levantamento, 70% dos profissionais são adaptáveis a ambientes mais regrados, pois geralmente são organizados e atuam dentro dos padrões estabelecidos. Quando observamos suas necessidades motivacionais, porém, apenas 28% necessitam desse tipo de ambiente. “Os dados indicam que as pessoas trabalhariam melhor se tivessem oportunidades para expressar suas individualidades, atuando de maneira inovadora e independente”, diz Adriana.
Segundo a executiva, os líderes precisam voltar suas atenções para as necessidades e características de cada membro de sua equipe, com o objetivo de formar uma estrutura equilibrada, em que cada profissional se complementa e contribui para o sucesso dos negócios. “Quando o assunto é gestão de pessoas, um dos maiores desafios das organizações e líderes de hoje é conseguir atrair e reter talentos capazes de alavancar resultados. Para isso, é preciso descobrir o que mantém seus colaboradores motivados e engajados, mesmo diante dos crescentes desafios”, complementa.
Embora não haja variação de resultados no quesito “desafio”, pois neste caso o comportamento social é um espelho das necessidades motivacionais, quando um líder delega uma tarefa que exige muito ou pouco do seu colaborador, o resultado pode atrapalhar o andamento das operações. “O líder precisa saber identificar os limites de sua equipe, pois uma tarefa mal atribuída pode gerar frustração do funcionário. Ele ficará desmotivado diante de um desafio que não consegue superar ou desanimado quando deve resolver questões fáceis demais”, aponta Adriana.
Nesse contexto, investir em autoconhecimento é muito importante para impulsionar resultados. “Para aproveitar corretamente o potencial de cada profissional e suas contribuições para os negócios, as empresas devem recorrer a ferramentas de coaching. Quanto mais as organizações conhecerem a natureza humana, maiores serão suas chances de sucesso na gestão de pessoas”, afirma Adriana.
Texto retirado da HSM Online (
www.hsm.com.br)

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