Veja o relato de uma história real de um jovem vendedor, acontecida com nosso blogueiro no Rio de Janeiro.
Não sei se aqui é o espaço ideal para histórias. Muito menos sei se a história é espetacular. Mas o seu cenário, contexto e ensinamentos provocam reflexões. Que apesar das simples conclusões, nos colocam novamente nos eixos.
Recentemente fui ao Rio de Janeiro (RJ). Precisava resolver alguns assuntos pessoais. Assuntos que me fizeram ciruclar na praça do Largo do Machado. Para quem não é do Rio, ou mesmo, nunca foi frequentador daquelas bandas. Aquele Largo é retrato fiel de qualquer praça central. Barracas de quitutes, comercios legais e ilegais, policiais e pivetes. Enfim, todos os tipos circulam por ali. Existe harmonia naquela atmosfera desordenada. Harmonia com cheiro de milho cozido e fritura de churros.
Ao atravessar a praça para tomar o metrô em companhia de minha namorada, um menino me interrompe oferecendo paçoca.
- Não, cara. Valeu. Respondi com o passo apressado.
O menino continua me acompanhando e insiste.
- Esse foi o NÃO mais simpático que ouvi. - Deixa eu te oferecer uma paçoca por minha conta.
- Não precisa.
Dessa vez foi um pouco mais rude, demonstrando pressa.
- Agora você vai ter que aceitar, senão retiro o que digo e você terá sido grosso e de nada valeu sua simpatia.
- Ok, aceito.
Nesse instante parei e dei atenção ao rapaz.
Reparei. Era um menino simples, mas o seu sorriso era incontestavelmente honesto. Sua roupa era suja e o seu calçado mal cobria seus pés.
Ao aceitar sua paçoca. Resolvi que daria o dinheiro por elas.
- Toma aí: R$ 2,00. Falei já lançando mão à carteira.
- Não quero. E quer saber, sua namorada é simpatica, tó aqui duas para ela, de graça.
- Cara, você ta me deixando em uma situação complicada. Aceita esses R$ 5,00.
- De forma alguma. Se quiser te dou um abraço e só.
O garoto me lançou um abraço mais rápido que a minha habilidade de esquivar.
- Seguinte, tu quer me ajudar mermo? Se quiser, na moral, eu aceito que você compre uma caixa de "polenguinho" pra mim vendê. Da pra tirar mais com polenguinho, do que com essas paçocas. Tá vendo essa loja aqui na frente? Compra uma caixa e me traz, assim tu vai me ajudar com meu novo empreendimento, os polenguinhu.
- Quanto é a caixa?
- É 20 real.
- Então toma aqui vinte prata velho. Você merece.
Moral da historia. Comprei 3 paçocas por R$ 20,00, ou seja, mais de R$ 6,00 por cada paçoca. No Rio, você pode comprar 10 paçocas por R$ 1,00, cada paçoca custa R$ 0,10. Qual foi a margem dele?
Deixem as contas de lado. O que importa é: não comprei paçocas, fui uma Venture Capital de um rapaz audacioso. Quantos a gente vê assim por aí?
Se havia intenção em me dobrar. Mesmo assim não importa. Ele encontrou a sua maneira de fazer negócios. E fez.
Fonte: post publicado originalmente no Blog da HSM (www.hsm.com.br), por Tie Lima
Não sei se aqui é o espaço ideal para histórias. Muito menos sei se a história é espetacular. Mas o seu cenário, contexto e ensinamentos provocam reflexões. Que apesar das simples conclusões, nos colocam novamente nos eixos.
Recentemente fui ao Rio de Janeiro (RJ). Precisava resolver alguns assuntos pessoais. Assuntos que me fizeram ciruclar na praça do Largo do Machado. Para quem não é do Rio, ou mesmo, nunca foi frequentador daquelas bandas. Aquele Largo é retrato fiel de qualquer praça central. Barracas de quitutes, comercios legais e ilegais, policiais e pivetes. Enfim, todos os tipos circulam por ali. Existe harmonia naquela atmosfera desordenada. Harmonia com cheiro de milho cozido e fritura de churros.
Ao atravessar a praça para tomar o metrô em companhia de minha namorada, um menino me interrompe oferecendo paçoca.
- Não, cara. Valeu. Respondi com o passo apressado.
O menino continua me acompanhando e insiste.
- Esse foi o NÃO mais simpático que ouvi. - Deixa eu te oferecer uma paçoca por minha conta.
- Não precisa.
Dessa vez foi um pouco mais rude, demonstrando pressa.
- Agora você vai ter que aceitar, senão retiro o que digo e você terá sido grosso e de nada valeu sua simpatia.
- Ok, aceito.
Nesse instante parei e dei atenção ao rapaz.
Reparei. Era um menino simples, mas o seu sorriso era incontestavelmente honesto. Sua roupa era suja e o seu calçado mal cobria seus pés.
Ao aceitar sua paçoca. Resolvi que daria o dinheiro por elas.
- Toma aí: R$ 2,00. Falei já lançando mão à carteira.
- Não quero. E quer saber, sua namorada é simpatica, tó aqui duas para ela, de graça.
- Cara, você ta me deixando em uma situação complicada. Aceita esses R$ 5,00.
- De forma alguma. Se quiser te dou um abraço e só.
O garoto me lançou um abraço mais rápido que a minha habilidade de esquivar.
- Seguinte, tu quer me ajudar mermo? Se quiser, na moral, eu aceito que você compre uma caixa de "polenguinho" pra mim vendê. Da pra tirar mais com polenguinho, do que com essas paçocas. Tá vendo essa loja aqui na frente? Compra uma caixa e me traz, assim tu vai me ajudar com meu novo empreendimento, os polenguinhu.
- Quanto é a caixa?
- É 20 real.
- Então toma aqui vinte prata velho. Você merece.
Moral da historia. Comprei 3 paçocas por R$ 20,00, ou seja, mais de R$ 6,00 por cada paçoca. No Rio, você pode comprar 10 paçocas por R$ 1,00, cada paçoca custa R$ 0,10. Qual foi a margem dele?
Deixem as contas de lado. O que importa é: não comprei paçocas, fui uma Venture Capital de um rapaz audacioso. Quantos a gente vê assim por aí?
Se havia intenção em me dobrar. Mesmo assim não importa. Ele encontrou a sua maneira de fazer negócios. E fez.
Fonte: post publicado originalmente no Blog da HSM (www.hsm.com.br), por Tie Lima
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