Agentes inteligentes
Mas, e as casas, quando elas também começarão a ficar inteligentes?
Não há mais o que esperar, garante a engenheira Diane Cook, da Universidade
do Estado de Washington, nos Estados Unidos.
Em um levantamento realizado para a revista Science, Diane fez um inventário
de todas as tecnologias já desenvolvidas e que podem ser utilizadas para dar um
pouco mais de inteligência às casas.
Segundo ela, não falta muito para que nossas casas façam o papel de "agentes
inteligentes", dotados de sensores e programas de computador para antecipar
nossas necessidades e fazer automaticamente tarefas que podem melhorar nossa
saúde, facilitar nossa interação social e, sobretudo, ajudar a economizar.
Casa que pensa
Muitas casas já possuem a maior parte do aparato mais complicado necessário
para essas tecnologias: os sensores, que já vêm embutidos em fornos de
microondas, aparelhos de TV e timers para ligar e desligar aparelhos
eletrodomésticos.
O que falta é interligar tudo.
"Nós queremos que sua casa como um todo 'pense' sobre o que você quer, e use
esses componentes para fazer a coisa certa no tempo adequado," disse ela.
Essa é exatamente a especialidade da engenheira, que vem aplicando inteligência
artificial em sistemas de automação residencial.
Seu laboratório atual é um conjunto de 18 apartamentos na cidade de Seattle,
onde ela está testando um sistema de monitoramento de idosos que dispensa a
presença física do acompanhante.
Os sensores espalhados pela casa alertam o cuidador, pela internet ou pelo
celular, caso o morador tenha deixado de lado qualquer tarefa programada.
Isso inclui hora de acordar e dormir, horário das refeições, dos medicamentos
e até se o vovô está deixando o banho para o outro dia.
Com a tendência mundial de envelhecimento da população, o cuidado aos idosos
é visto como um dos mercados mais promissores para novas tecnologias.
Skype em todo lugar
Outras tecnologias já em testes incluem o agendamento de equipamentos como
máquinas de lavar roupa e louça, secadoras, a manutenção da temperatura da água
nos reservatórios e o alerta caso algum aparelho seja ligado ou desligado.
No lado da interação, a ideia é usar tecnologias como o Bluetooth e o WiFi
para permitir a comunicação remota, sem precisar usar as mãos, de qualquer lugar
da casa.
Será a era do "Skype em qualquer lugar," diz Diane, o que, segundo ela,
inclui câmeras espalhadas por todo lado.
Assim será mais fácil monitorar os idosos e as crianças.
Privacidade e segurança
Mas a pesquisadora também pondera sobre as questões de privacidade e
segurança, como o risco de ter imagens, voz ou dados bisbilhotados por
observadores indiscretos.
"As tecnologias das casas inteligentes, assim como muitas outras, estão
enfrentando o desafio clássico de serem aceitas e adotadas," diz ela.
Em suas pesquisas, os dados mostram que a maior resistência vem dos moradores
mais idosos. Eventualmente porque ninguém gosta que outros fiquem vigiando a
hora que você toma banho - ou não toma.
"Em última instância", diz ela, "quando as pessoas tiverem uma compreensão
melhor do que essas tecnologias fazem, e verem uma utilidade que contrabalance a
sua intromissão, a adoção irá começar. Eu acredito que algumas tecnologias vão
ganhar impulso tão logo começarem a ser usadas."
FONTE: IT
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