De Nuremberg, o coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, Ming Liu, disse a Época NEGÓCIOS que a alta de 87,5% foi puxada, basicamente, pelos mercados americano e europeu. Nos Estados Unidos e Europa, marcas como L’Oréal têm visto seus produtos orgânicos caírem no agrado de um público cada vez maior, que opta por comprar cosméticos cujas matérias-primas foram cultivadas sem agrotóxicos ou extraídas de forma sustentável.
Uma das marcas do grupo, a Sanoflore, trabalha exclusivamente com produtos orgânicos. A Kiehl’s, também da L’Oréal, oferece artigos com matérias-primas orgânicas. Mas companhias alemãs, de acordo com Ming Liu, têm investido com o mesmo apetite no segmento.
No Brasil, o movimento é incipiente. Já há opções para quem tem interesse, como produtos das marcas Loccitane, Welleda e da própria Kiehl’s. Por outro lado, marcas brasileiras menos conhecidas e badaladas, como Surya e Florestas, exportam seus cosméticos para Estados Unidos, Japão, França e outros países.
Cosméticos orgânicos da marca brasileira Florestas. (Foto: Divulgação)
O Brasil também chamou a atenção na feira internacional – que reúne este ano representantes de 124 países – com a divulgação de um estudo inédito elaborado pelo Projeto Organics Brasil. O levantamento, apresentado durante seminário do Ministério do Desenvolvimento Agrário, mostra que o país tem a terceira maior área de produção orgânica do mundo, atrás apenas de Alemanha e Argentina.
Cerca de 331,6 mil hectares referem-se à atividade agropastoril orgânica e certificada. Outros 6,5 milhões de hectares são utilizados para o extrativismo, totalizando quase 7 milhões de hectares de produção e extravismo orgânico.
“Esses números mostram aos maiores compradores que há muita área no país para aumentar a produção de orgânicos. O potencial de investimento do Brasil é enorme”, afirma Liu.
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