Monopólios, arquiteturas, fãs, inimigos... O que une as duas empresas talvez seja maior do que aquilo que as separa.
A Google é, definitivamente, a nova Microsoft e, provavelmente, você já ouviu isso antes. Pelo que me lembre, esse discurso é de 2005. Ainda assim, me pergunto se tal comparação é justificada.
Pelos últimos 15 anos, a MS dominou o mercado de sistemas para desktop mas a dominância começa a pender para o lado da Google.
Qualquer empresa que se atreva a competir com a Google deve estar preparada para competir contra um algoritmo que pode quebrar o seu negócio.
Ainda em 2005, o próprio confundador da Microsoft, Bill Gates afirmava que a Goolge seria a empresa mais parecida com a MS.
Separamos cinco pontos em que acreditamos que as duas empresas realmente sejam parecidas:
1. Domínio de seu segmento
Sem qualquer sombra de dúvida, a similaridade entre a Microsoft e a Google se dá em conseguir liderar os seus segmentos de atuação. Desde os idos tempos de Win95, a MS detém seguramente 90% dos sistemas em execução nos PCs ao redor do mundo. Ainda que os dispositivos móveis proliferem e a Microsoft tenha algum prejuízo de seus sistemas, o Windows deverá permanecer com a coroa de “rei do desktop”.
A Google, por sua vez, não é dona de 90% do mercado de buscas, ainda assim sua dominância é indiscutível. Em dezembro e nos EUA, o Google registrava 67% de share no mercado de buscas, informa a comScore; em segundo lugar vinha o Yahoo com 16%.
Com a receita publicitária da Internet, da qual detém 83%, a Google tem outras frentes que lhe garantem uma excelente rentabilidade, entre elas os 59% da fatia de publicidade em dispositivos móveis (segundo dados do IDC).
2. Mania de monopólio
A desvantagem em chegar perto de monopolizar um segmento são as pressões de todos os lados às quais a organização é submetida. A MS experimentou desse veneno nos anos 90 e 2000. Do outro lado da mesa estavam organizações como a Netscpae, a IBM, a Apple e muitas outras.
Para a Google as dores de cabeça associadas ao monopólio apenas começaram. Autoridades europeias examinam como a Google compete com seus concorrentes de busca e de publicidade. Outro tema que agita os antigooglers é a aproximação da empresa ao setor de turismo, onde quer participar de forma sólida e comprou a ITA Software, empresa de informações sobre voos.
3. A estratégia está na plataforma
As duas companhias partiram para uma ofensiva que vincula fortemente o usuário às suas plataformas. A trilha para esse tipo de ofensiva foi aberta pela MS nos anos 90, quando apresentava seu sistema operacional e uma miríade de ferramentas que interagiam harmoniosamente com o ambiente de janelas e mouses.
A Google, por sua vez, tenta emular o sucesso da MS com uma plataforma que tenta persuadir o internauta a permanecer em seu universo composta basicamente por Gmail, Google Docs, Google (buscas) e Google Maps.
Além disso, a empresa também luta para popularizar uma série de aplicativos para a web usando para tal a loja de aplicativos para seu browser, o Chrome.
Há pouco tempo, a Google também passou a participar do universo de jogos ao incentivar que programadores desenvolvam aplicativos de entretenimento para a plataforma Android e os disponibilizem para venda no site da empresa.
Se a Microsoft tinha poucos concorrentes para seu sistema operacional nos anos 90, o mesmo não pode ser dito da Google, que encontra no sistema iOS da Apple um formidável adversário no segmento de dispositivos móveis.
4. E por falar em Apple
Se a Microsoft for a nova IBM, a Google for a nova Microsoft, o que dizer da Apple?
Assim que o Windows 95 ganhou o mercado, a Apple foi forçada a mudar seu foco e passar a atuar em um mercado de nicho. A estratégia foi permitir que sistemas MS rodem em uma variedade de PCs e manter o sistema da Apple restrito aos computadores Macintosh.
Atualmente, percebe-se uma estratégia semelhante sendo adotada pela Google. Se o sistema operacional iOS continua limitado a funcionar em aparelhos da Apple, como os iPads e iPhones, a plataforma Android pode ser encontrada funcionando em vários aparelhos de fabricantes diferentes como a HTC, Motorola, Samsung e Sony. Assim, o share de sistemas Android aumenta a cada dia que passa.
Segundo a empresa de pesquisas Nielsen, os dispositivos munidos com Android participam com quase 15% no mercado. Já o iOS roda em algo perto de 3%, o que pode significar que – novamente – a Apple tenha de mudar o enfoque de sua participação no mercado.
5. De rebelde sem causa a gigante
A MS começou sua carreira com um produto que romperia as barreiras da computação pessoal tradicional. Preços acessíveis e distribuição de largo alcance projetaram os sistemas da MS ao topo da lista de sistemas de computação pessoal; já a Apple nada fez para deter tal avanço e continuava com seu plano considerado arrogante.
Algo parecido ocorria nas trincheiras da Google . Com a capacidade de devolver resultados relevantes de busca frente aos concorrentes da época em que surgiu (ASK, LYCOS e YAHOO!), a empresa decolou.
Assim as duas organizações enfrentavam a passagem das fases adolescente para a adulta e tiveram de lidar com a explosão tecnológica.
Não demoraria e ambas começavam a deixar o usuário na mão ou em eterna expectativa.
Assim, usuários do Windows Phone 7 esperam desde outubro por uma atualização enquanto a MS anuncia o release de uma série de updates que perecem nunca vir.
Já a Google – na tentativa de reverter o processo de virar um monólito corporativo – derrubou de sua liderança Eric Schmidt e recolocou um de seus fundadores na posição de CEO da empresa. Parece quere injetar sangue “novo” na organização, algo que lhe devolva o ar de amigo do usuário.
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