Não há como negar que, neste ano, ficará mais difícil escolher tablets para compra: apesar de o iPad ser o atual líder no segmento, a Apple sentirá uma pressão muito maior de concorrentes baseados no Android e outras plataformas móveis do que no primeiro lançamento do seu principal produto. Os anúncios feitos por empresas como Motorola, LG, Samsung e HP evidenciam que elas querem jogar sério no mercado de tablets, mas os planos delas parecem estar ofuscados devido a um quesito do qual a Maçã aparentemente não precisa se preocupar: o preço.
Hoje, é possível comprar um iPad com US$500 nos Estados Unidos (isto é, se você não se preocupa em ter apenas 16GB de armazenamento interno), de forma que colunistas de tecnologia não concordam muito com a ideia de um produto como o HP TouchPad estar destinado a custar, especulativamente, US$700. A tablet XOOM, da Motorola, deverá ser lançada apenas com Wi-Fi custando US$600, mas seu modelo 3G custará US$800 e supera o iPad topo-de-linha, que custa US$730. Por que atingir o seu preço de entrada parece ser impossível lá fora?
Há quem diga que isso seja causado por causa dos recursos extras que as concorrentes da Apple oferecem — a Motorola, por exemplo, integrou vários deles ao seu tablet que de fato fazem as ofertas do atual iPad ficarem no chinelo, incluindo câmeras, micro USB, tela widescreen, suporte a 4G e, bom, já deu pra entender. Porém, depois de um ano no mercado, a própria estratégia da Maçã parece mais cara: afinal de contas, é difícil imaginar que o iPad 2, seja lá quando for lançado, não terá mais recursos pelo mesmo preço.
A Apple pode ter vantagem nos Estados Unidos por coordenar as vendas tendo suas lojas como base, sem falar que desenvolveu o iPad usando mão-de-obra própria, passando apenas a produção de seus componentes e a montagem de unidades para terceiros — empresas como a HP precisam recorrer à Qualcomm para comprar processadores inteiramente prontos, por exemplo. De qualquer forma, não acho que atualmente o fator preço seja condição de vantagem no mercado de tablets: cedo ou tarde, elas precisarão ficar mais acessíveis para consumidores de forma global, mas isso não acontece nem com o iPad, custando mais de R$1000 por aqui.
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