A Administração é uma ciência. Uma ciência humana, não somente uma ciência exata. Por mais que a administração utilize um arsenal de ferramentas oriundas das ciências exatas, os resultados obtidos jamais serão assim tão exatos, pois ao lado de todas as variáveis mensuráveis e quantificáveis, existe uma variável com vontade própria: as pessoas que compõe o processo e o mercado, que viabilizam ou não a estratégia desenvolvida.
Esta característica humana confere particularidades que devem ser observadas com juízo crítico e reflexivo.
Nos deparamos todos os dias com um arsenal de livros novos (povoados de idéias velhas) repletos de tautologias e silogismos que de científico só possuem uma insustentável aparência.
Questionemos um pouco as ciências exatas para nos aprofundar na inexatidão das ciências humanas.
Albert Einstein disse sobre a matemática (a mais exata das ciências exatas): "Até onde as leis da matemática se refiram à realidade, elas estão longe de constituir algo certo; e, na medida em que constituem algo certo, não se referem à realidade."
Einstein demonstrou claramente a necessidade de uma abordagem transcendente à lógica formal, para que pudéssemos rasgar o véu do mistério e verdadeiramente adentrar à ciência.
Lembremo-nos do parentesco entre ciência, filosofia e religião. Todas, à sua maneira e com as ferramentas que dispõe se propõe à busca da verdade; nenhuma possui todas as respostas, mas trabalham no sentido de aproximar-se delas.
Toda a ciência é sempre uma aproximação.
O verdadeiro cientista não diz: "Eu Sei!" Diz: "Até onde Eu sei..."
O átomo já foi indivisível, passou a ser divisível em partículas indivisíveis que hoje são divisíveis em centenas de outras sem falar nos conceitos quânticos e na descoberta da anti-matéria, contrariando assim todas as certezas que possuíamos sobre o universo físico (imaginem sobre o universo como um todo!).
A incerteza é paradoxalmente a base verdadeira da ciência! Um verdadeiro cientista deve ser humilde por definição, ou ficará aprisionado nas correntes da suas próprias idéias, aprisionado a um ego incontido, na ilusão de um conhecimento que não constitui sabedoria.
Não devemos nos tornar meros repetidores de idéias prontas deste ou daquele "guru". Muitas idéias escritas em um outro contexto, para empresas e realidades diferentes são aplicadas em nossas empresas pelo perigoso "modismo" de um determinado "guru".
Lembra da reengenharia? Ela causou mais problemas do que solucionou... Onde está a ciência? Sem critério, análise e reflexão, somente porque "alguém" disse?
Administração é uma ciência! Todo administrador é cientista; deve aproveitar o fruto do trabalho intelectual de seus colegas em todo o mundo, mas deve se lembrar das particularidades históricas, sociais, antropológicas e psicológicas da sociedade em que vive e da realidade da empresa à que se dedica.
Somos convidados não somente à Era da Informação ou do Conhecimento, mas à Era da Inteligência e da Sabedoria, onde nossas auto-profecias são mais determinantes do nosso futuro do que o foram a genética e a influência do meio, na dualidade das discussões comportamentais.
Seja um cientista administrador! Bem vindo ao fascinante mundo moderno. Bem vindo à Era da Inteligência e da Sabedoria!
Considerado pelo mercado empresarial um dos 10 melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano.
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