Mas Marcelo o que não entendo é: Por que as empresas após contratarem os funcionários os enquadram em uma política que proíbe a utilização das mídias sociais e inibe o acesso a sites de notícias se isso foi praticamente a cereja do bolo de seu currículo?”
Estas foram algumas das bem colocadas palavras da leitora Flavia que em seu email na última semana questionou porque os RH´s muitas vezes na contratação dão ênfase e valorizam a conectivdade em redes sociais enquanto por outro lado no dia a dia os gestores não sabem lidar ou lidam muito mal com o tema.
Conversando sobre o assunto, coloquei para ela minha opinião sobre o assunto, que existem fatores presentes em muitas empresas que levam a este fato, a saber:
1. Existe uma distância grande entre os RH´s ou setores que fazem seleção e contratação e os gestores definitivos dos candidatos. Muitas vezes os gestores definitivos não participam ativamente da seleção, levando o RH a adotar critérios que não são valorizados pelo gestor que assumirá o candidato daí em diante na empresa.
2. Característica de nossa geração Y = multiconectividade mas aparentemente baixa concentração e foco. Seduzido pelo imenso mar de informações, existe a chance de distração, o que deixa os gestores as vezes tenderem para proibirem esse tipo de conectividade.
3. Existe uma diferença em muitas empresas entre as gerações que comandam e o corpo de profissionais, estes muitas vezes representados pela geração Y. Os gestores não têm a devida preparação para transitar entre as gerações e entender como gerir melhor esses profissionais. O despreparo ou o medo de perder o posto leva muitas vezes leva ao caminho mais fácil, que é a proibição ou intolerância. Muitas vezes boas técnicas de liderança poderiam ajudar a tirar o melhor de cada funcionário respeitando melhor suas características e anseios.
Assim, creio que a comunicação é um dos fatores preponderantes para poder responder esse questionamento da Flávia, tanto entre o Rh e os gestores para alinhamento de políticas e de acompanhamento de contratações, e principalmente depois entre líder e liderados.
Todos nós queremos em nossas vidas profissionais e pessoais crescimento e reconhecimento. As redes sociais e a internet permitiram que expuséssemos nossas opiniões de forma direta e muitas vezes oportuna. Oportunidades que no passado eram muito mais complicadas, de expor textos, trocar opiniões, e isso tudo enriquece muito cada pessoa. Tanto a visibilidade quanto o acesso a outras opiniões foram muito facilitadas. A soma dessas interações é benéfica e nos faz refletir e conhecer diferentes pontos de vista. Proibir? Pra mim é insensato.
Uma opção que valorizo é controlar através de bons gestores, que sabem a hora de se dedicar a um trabalho de forma exclusiva e dedicada, mas sabem que cada pessoa precisa de sua individualidade, que as vezes meia ou uma hora por semana que a pessoa dedique a este tipo de assunto pode ajudar a trazer idéias novas, amadurecimento, abrir a cabeça, etc… E vai ter semana que não dá pra dedicar nenhum minuto pra isso, e aí cabe ao bom gestor saber tirar do seu time o melhor. Comunicação transparente e boa gestão de pessoas. O envolvimento do gestor com a equipe faz toda a diferença.
E você, já passou por alguma situação de restrição de acesso a informação que não concorde? Conhece alguma situação de algum gestor que conseguiu (ou não) conduzir bem o assunto? Conte para nós, dê sua opinião.
É mestre em Administração de Empresas pela Stanford Graduate School of Business (Sloan), certificado em Global Management. Possui dois cursos de especialização pela Harvard Business School, um sobre em análise financeira e outro sobre mercado imobiliário. Com MBA em Finanças Corporativas pelo IBMEC, Marcelo possui especialização em gestão de projetos e é engenheiro civil, sendo o medalha de ouro da turma pela UFMG. Cursou especialização em empreendorismo na Columbia Business School.
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